
Ana Maria Cemin – 9/05/2025
A deterioração da saúde dos manifestantes do 8 de janeiro que foram presos ou estão respondendo processos é gritante, mas quando se trata de idosos a situação é ainda mais lamentável. Nessa matéria, citamos seis idosos em presídios que serão examinados por médicos nesse mês de maio para terem a chance de voltarem para casa, em prisão domiciliar.
Depois de mais de 2 anos e quatro meses vivendo num ambiente insalubre e/ou sob pressão, seis presos entre 61 e 73 anos apresentam quadro de debilitação preocupante. É difícil escolher qual quadro relatar para não sermos injustos, mas nessa matéria será dada a prioridade para a única mulher entre os seis dessa matéria, a idosa Sônia Teresinha Possa, de 67 anos e meio. Ela foi condenada a 14 anos de prisão pela Corte Suprema, sem direito a recurso em outra instância, e cumpre a pena no Presídio de Piraquara, PR.

Sônia foi diagnosticada com câncer de pele (Neoplasia Maligna da Pele (C443), Otite Crônica, Otorréia e Otomastoidite. A defesa solicitou prisão domiciliar para que ela possa ser tratada adequadamente por médicos, porque o tratamento de uma neoplasia maligna requer ambiente saudável e atenção continua e perpétua. Os laudos médicos juntados nos autos comprovam a grave situação de saúde dessa senhora que foi para o cárcere por manifestar descontentamento em relação à eleição de Lula.
O ministro-relator dos casos de 8 de janeiro, Alexandre de Moraes, determinou que Sônia passe por uma junta médica, decisão tomada somente nesse mês, diante do trabalho feito pela defesa que comprova a precariedade da saúde da idosa e a falta de condições da Unidade Penal. “Salienta-se que a unidade não possui equipe de saúde durante as 24 horas do dia, bem como não conta com serviço médico diário, fato este que dificulta o atendimento aos internos com problemas de saúde, principalmente o tratamento específico ao qual a requerente deve ser submetida”, enfatizou a defesa de Sônia.
Outros cinco presos idosos, que estão no cárcere, também estão sendo avaliados por juntas médicas nesse início do mês de maio, o que significa que o futuro desses idosos está nas mãos dos profissionais de saúde que vão avaliar tanto o seu corpo quanto o seu estado emocional depois de tanto sofrimento.
Todos eles cumprem pena de 14 anos, exceto Carlos Rubens que foi condenado a 11 anos e 11 meses de prisão. São eles:
Antônio Teodoro de Moraes – 70 anos (Presídio de Maringá, PR)
Carlos Rubens da Costa, 73 anos (Presídio CDP II de Guarulhos, SP)
Jamildo Bomfim de Jesus – 62 anos (CIR Papuda, Brasília)
João Batista de Castro – 67 anos (CIR Papuda, Brasília)
Marco Afonso Campos dos Santos – 61 anos (Presídio Floramar, MG)
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