
Ana Maria Cemin – 9/05/2025
Mesmo sendo um idoso e muito doente, o manifestante de 8 de janeiro Carlos Rubens da Costa, 73 anos, continua mantido preso no CDPII de Guarulhos, em São Paulo. No dia 8 de abril, a Associação dos Familiares das Vítimas de 8 de janeiro (ASFAV) entregou ao Deputado Zucco, líder da oposição na Câmara Federal, um documento no qual denuncia as condições graves de 20 presos políticos mantidos em cativeiro. Rubens está entre eles, inclusive com a indicação de suspeita de hanseníase, conhecida antigamente como lepra.
Inclusive ele foi preso duas vezes antes de ser condenado pela Suprema Corte. A primeira vez foi em 8 de janeiro de 2023, quando se abrigou num dos prédios da República, em Brasília, durante os ataques aéreos e por terra do policiamento. Saiu de tornozeleira eletrônica depois de muitos meses vivendo de forma precária em cela do Papuda, junto com outros manifestantes, para ser novamente preso preventivamente em 20 junho de 2024, sob o argumento de que ele poderia sair do Brasil, refugiando-se em outros país como preso político. Está lá há quase um ano!
Dentro de uma cela do presídio de Guarulhos, o idoso acompanhou a sua condenação a 11 anos e 11 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, sem possibilidade de recurso em outra instância. O acordão condenatório transitou em julgado em 28 de janeiro desse ano e desde então ele cumpre a pena. Ou seja, ele segue cumprindo a pena, pois já estava pagando antecipado por cinco crimes imputados a ele pela Procuradoria-Geral da República pelo fato de estar em um prédio da República no 8 de janeiro, inclusive acusado de “golpe de Estado armado”.
PROBLEMAS DE SAÚDE
A vida no cárcere tem penalizado o manifestante do 8 de janeiro de forma cruel, e hoje ele se encontra com a saúde debilitada e em fase avançada, tanto que o próprio ministro Moraes determinou que Carlos Rubens Costa fosse avaliado por uma junta médica no último 6 de maio, três dias atrás. Moraes havia indeferido o pedido de prisão domiciliar no dia 28 de fevereiro, quando a defesa do sentenciado alegou problemas graves de próstata, dores e dificuldade para urinar, inchaço na região da próstata, sendo diagnosticado com HPB. Além disso, o preso político ainda sofre com hipertensão arterial e problemas de locomoção em razão da idade avançada.
Ontem, dia 8 de maio, a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo informou nos autos do processo do apenado que ele está sendo atendido na unidade prisional por dor articular intensa que vem piorando nos últimos seis meses mesmo com tratamento medicamentoso. Ou seja, sem sucesso. Informou ainda que ele está na fila de espera para uma consulta com um reumatologista via Siresp. Também informou que ele está na fila de espera para exame de PSA e consulta especializada.
Ou seja, o manifestante de 8 de janeiro está sem o devido tratamento dentro do presídio, onde se encontra debilitado. Ele poderia estar em prisão domiciliar humanitária, onde ficaria incomunicável como os demais que receberam este benefício, sendo tratado por médicos especializados e cuidado pela família.
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