
Ana Maria Cemin – 23/04/2025
O relato de Simone sobre a transformação de sua vida após o 8 de janeiro de 2023 é muito intenso. É triste ler quando ela conta como foi perdendo o carinho de sua filha adolescente, sobre as portas profissionais que nunca mais se abriram, do fundo do poço financeiro e de não ter mais um lar e que agora viverá de favor na casa de alguém que estendeu a mão. Impossível não se comover e eu espero que você leia na íntegra.
Simone chorou durante 65 dias em Brasília. Resistiu até o último momento a conversar com o Delegado de Polícia entre os dias 9 e 11 de janeiro de 2023, período que antecedeu a sua prisão, mas teve que seguir o mesmo caminho das 2 mil pessoas que foram tiradas em ônibus do QG.
Aquele tempo no “campo de concentração de Brasília” foi o tempo que teve para acalmar a filha que dizia para ela ao telefone: “A senhora me abandonou, mamãe! Preferiu a política. Estão dizendo que a senhora e os demais vão ficar de 4 a 30 anos presos. O que vai ser de mim? Como pode fazer isso comigo? Eu só tenho você e nunca vou te perdoar”.
Você lê nas próximas linhas a história da mulher que desmaiou ao saber que iria ser levada como criminosa a um presídio, e que acordou dentro da penitenciária, onde permaneceu por mais de dois meses.

“Meu nome é Simone Macêdo, tenho 53 anos, sou paulista, divorciada, mãe de uma adolescente de 17 anos.
Sou pós-graduada em Gestão de Recursos Humanos e atuo na área há quase 30 anos com carteira assinada. Trabalhei em muitas empresas nacionais e multinacionais, e cheguei ao cargo de gerente.
Quando fui para Brasília no ínicio de 2023, estava desempregada, fazendo pequenos trabalhos como Consultora de RH, vendendo roupas femininas e representando uma empresa de venda de panelas de alta qualidade feitas de aço cirúrgico. Visitava algumas casas junto com meu gerente, onde preparávamos uma degustação e apresentávamos nosso produto, porém não tive êxito nesse tipo de comércio.
Decidi viajar para a capital porque eu passava no QG do Ibirapuera todos os dias, onde ficava no máximo duas horas e voltava para casa na mesma tarifa da vinda, pois o ponto final do ônibus era próximo a minha casa.
Ali conheci gente nova que pensava com indignação como eu. Homens e mulheres jovens e maduros, muitos empresários e pessoas simples, todos com um único sentimento: não permitir que nosso País se tornasse comunista.
Na virada do ano, um grupo de pessoas da barraca “O Gigante Acordou” combinava conhecer o QG de Brasília e fui convidada a ir. Achei a ideia ótima e saímos no dia 07/01/2023, uma hora da madrugada, com o objetivo de voltar em 08/01/2023, às 19 horas, com custo de R$ 350,00.
O ônibus era pequeno e velho, sem banheiro. Como a maioria de nós estava na faixa dos 45 a 75 anos, foram feitas várias paradas para uso de banheiros e chegamos em Brasília no mesmo dia, às 22h30.
Cansados da viagem, montamos as barracas e fomos dormir. Ao acordarmos fomos para a fila do café, conhecemos muitas pessoas de outros estados. Eu fui até as barracas do pessoal de Londrina para carregar o meu celular. Durante a espera fiquei conversando com pessoas de todos os Estados. Eu estava muito feliz em saber que todos ali pensavam como eu, ou seja, em um Brasil de paz, próspero e seguro para todos, com valores conservadores e colocando Deus, Pátria, Família e Liberdade como base de tudo.
Foram algumas horas de muitas alegrias e troca de telefones, depois voltei para onde estava a minha barraca. O pessoal estava combinando uma saída para conhecer Brasília, sem ficar muito tempo longe, pois voltaríamos para São Paulo no final do dia. Fomos para a fila do almoço por volta das 13h e depois voltamos para as nossas barracas.

Às 14h30, quando estávamos saindo para conhecer Brasília e a Praça dos Três Poderes, uma das passageiras do meu ônibus disse que tanto a chave do ônibus quanto a habilitação do motorista tinham sido apreendidas pela polícia por ordem do ministro Alexandre de Moraes. Ou seja, não poderíamos voltar naquele ônibus para São Paulo.
Procuramos saber se tinha outros ônibus regressando para São Paulo, mas a informação era de que todos os ônibus e motoristas estavam na mesma situação. Decidimos, então, ficar em Brasília e fazer o passeio pela cidade. Assim, dormiríamos mais uma noite no QG e no outro dia (09/01/2023) encontraríamos uma forma de voltar para São Paulo.
VISITA A BRASÍLIA
Seguimos a multidão que estava saindo do QG para conhecer a Praça dos Três Poderes. Como no nosso grupo a maioria era composta por idosos, nós tivemos que andar os 8km em caminhada lenta e chegamos por volta das 16h.
Fomos todos revistados e nada foi tirado da minha mochila, onde levava uma bandeira, Bíblia, pacotes de pipocas doces, salgadinhos e garrafa com água. As demais pessoas que estavam comigo tinham coisas semelhantes, então foi uma revista tranquila.
Assistimos de perto tudo o que aconteceu na Praça e ficamos surpresos, perplexos e ao mesmo tempo indignados. Não era o nosso pessoal quebrando patrimônio público. Eram infiltrados vestidos de verde/amarelo e usando máscaras e, também, assistimos a própria polícia atirar e quebrar as vidraças.
Voltamos para o QG assustados, cansados e com muito medo. As conversas eram estranhas e planejamos ir para a rodoviária. Queríamos voltar para as nossas casas ainda naquele dia, porém não tínhamos como sair do QG por estar todo cercado com policiais. Apesar de tudo, eu consegui dormir um pouco. Ouvíamos muito barulho de helicópteros, de soldados do exército, de pessoas assustadas, de ônibus e mais ônibus chegando.
Acordei ainda de madrugada e participei de um culto. Os homens do exército estavam tão juntinhos fazendo o cerco no QG que formavam um muro humano. Por volta das 7h da manhã alguém do exército, com um megafone, pediu para entrarmos nos ônibus. O QG seria evacuado!
Recolhemos as nossas coisas e a ideia era chamar um Uber, mas ao tentarmos sair fomos impedidos e obrigados a entrar num dos ônibus. Disseram que após verificarem as nossas bagagens nos deixariam na rodoviária. Isso não aconteceu. Nos levaram para a Academia da Polícia Federal, que ficou conhecida como Campo de Concentração pela forma desumana como fomos tratados durante os dias que lá passamos antes de sermos levados para os presídios.

MULTIDÃO HUMILHADA
Lá chegando, depois de ficarem desfilando conosco dentro dos ônibus lotados com os patriotas (idosos, homens, mulheres, adolescentes crianças e cachorros), ficamos sem banheiro o suficiente para a multidão, sem água e sem comida. Ainda nos ônibus, as pessoas foram obrigadas a fazer as suas necessidades fisiológicas em sacolas plásticas.
No ginásio lotado havia muito choro e fome. Os banheiros estavam sujos, sem água, tudo precário. Era amedrontador ver os policiais de todas as forças extremamente armados, com cara de quem tinha ordens para matar. Eram extremamente arrogantes, insensíveis e sem compaixão, nos tratando como criminosos e terroristas.
Fiquei nesse local até o amanhecer do dia 11/01/2023. Todos da minha excursão já tinham passado pelos delegados, mas eu fui ficando para trás, enquanto tentava acalmar a minha filha por telefone. Ela chorava e relatava o que estava assistindo na televisão sobre o 8 de janeiro, e me dizia: “A senhora me abandonou, mamãe! Preferiu a política. Estão dizendo que a senhora e os demais vão ficar de 4 a 30 anos presos. O que vai ser de mim? Como pode fazer isso comigo? Eu só tenho você e nunca vou te perdoar”.
Passei pelo delegado da Polícia Federal quando já estava amanhecendo. Sentia dores no peito e estava muito fraca, angustiada, com fome, sede e com muito medo.
Deixei meu celular com o delegado, assinei alguns documentos e fui para um auditório, onde as pessoas choravam. Fiquei sabendo que as pessoas estavam sendo levadas de lá em camburões, foi então que desmaiei e acordei em um ambulatório improvisado.
Minha pressão que sempre foi baixa estava 19X10 e uma psicóloga veio conversar comigo. Me disse que não tinha o que fazer e que eu teria mesmo que ir para o Presídio Colmeia. Me deram um comprimido de Rivotril, me colocaram em uma cadeira de rodas e eu apaguei.
Fui acordada quando o ônibus chegou no Presídio Colmeia. Novamente fomos humilhadas; deixamos as nossas bagagens com eles e ficamos apenas com as roupas do corpo. Tive que tirar a roupa e ficar levantando e abaixando na frente de policiais homens e mulheres.
Fui encaminhada para a cela 7, onde fiquei por mais de 60 dias.
Nesses 60 dias longe da minha vida e naquele lugar, perdi mais de 10 quilos, pois passei muita fome e a comida vinha com larva, pedra, vidro, lama, fedor, algo impossivel de comer. Foram dias e dias sem dormir, e presenciei muitos sofrimentos de mães com saudades dos filhos menores. A minha filha tinha acabado de fazer 15 anos, mas lá estavam mães longe dos filhos de 3 a 12 anos, alguns com deficiência mental, outras longe de seus pais idosos e outras idosas longe de seus filhos e netos.
Na cela 7 tinha uma jovem mineira de 19 anos que, de vez enquando, chorando, eu pedia para abraçá-la, pois lembrava a minha filha. Às vezes era ela que me abraçava lembrando da sua mamãezinha. Lá uma consolava a outra contando suas dores. Foram dias de muita tristeza e angústia.

No período em que estivemos presas, todas nós nos apegamos muito a Deus e fazíamos cultos todos os dias, além de louvores e adoração em todas as horas. Fazíamos vigília, oração nas madrugadas, estudo da Bíblia, peças de teatro bíblicas e etc. Eu li vários livros do Velho e do Novo Testamento, e aprendi muito com Deus.
Por nossa própria iniciativa, tínhamos atividades de beleza, com depilação à linha das sobrancelha e buço, penteados com tranças lindas, massagens e exercícios físicos. Mulheres de todo Brasil, várias profissionais de todos os ramos de atuação, presas pelo 8 de janeiro estavam integradas nas celas.
São mulheres muito organizadas e limpas. Também por nossa própria iniciativa, tínhamos escalas de revezamento para tudo, desde limpar os quartos (celas) e o banheiro (composto de dois vasos sanitários sem tampa e sem descarga, uma pia com três torneiras que servia para lavar roupas, escovar os dentes, encher baldes improvisados para jogar água nas privadas, Era de lá a água que bebíamos, porque não tinha água filtrada. Tínhamos apenas um chuveiro para quase 110 patriotas.
Tinha fila para tudo, fazer o número 1, o número 2, escovar os dentes, lavar roupas, tomar banho. O lixo era reciclado em sacos, porque assim decidimos. Separávamos caixa dos suquinhos, plásticos, marmitas de alumínio, comidas e cascas de frutas e outro com os lixos dos banheiros.
As policiais eram todas muito brutas e nos tratavam com hostilidade. Cada uma pedia procedimentos diferentes e fomos obrigadas a fazer “confere” três ou mais vezes por dia, quando as policiais gritavam e nos tratavam muito mal. O mesmo acontecia na ida e volta do banho de sol e também no período que ficávamos lá. Sempre nos deixaram muito tempo em pé ou sentada na posição de índio com os braços para trás ou na cabeça, e olhando sempre para baixo. Nunca podíamos olhar para elas e tínhamos que chamá-las de “Senhora”.
Foi um período de muita humilhação e dor.
VIDA EM SÃO PAULO
Voltando para São Paulo. Depois que sai do presídio de tornozeleira eletrônica consegui, dois meses depois, uma recolocação como Consultora de Recursos Humanos (PJ) e trabalhei por um ano em uma agência de publicidade em regime híbrido. Porém, a empresa faliu, deixando de pagar (R$ 25.000,00) os últimos cinco meses dos meus honorários. Paralelo a essa prestação de serviços, trabalhava como Representante Comercial da Vasti Comércio de Fios e Cordas de Sisal e também vendia roupas femininas, chinelos, camisetas masculinas na feirinha do meu Condomínio. Como a feira passou a ser realizada no período da noite das sextas-feiras ou aos sábados, em dias e horários que não posso sair de casa, deixei de vender. Cheguei a ouvir no condomínio que ninguém iria comprar de presidiaria.
O período que passei em Brasília foi suficiente para as más línguas acabarem com a minha reputação.
A minha filha chegou a planejar a própria morte, pois de repente tudo havia mudado na vida dela também. No período que fiquei lá, a minha filha ficou sob a responsabilidade da minha amiga e vizinha Marlise e da minha mãe Vilma, que veio a falecer em 30/08/2023. A minha mãe mesmo doente veio para a minha casa fazer companhia para a minha filha. Com a minha prisão a minha mãe ficou muito abatida e seu estado de saúde piorou muito rápido, vindo a óbito.
Também recebi total apoio do meu tio Juracy, que mora em Osasco, da minha tia Maria Josefa, que mora em Santos, e da minha irmã Sandra, que mora em Aracajú. A essas pessoas e a todas as outras que de alguma forma abençoaram a minha vida até aqui, meu muito obrigada! Que Deus abençoe vocês!

SEPARAÇÃO DA FILHA
Eu preciso planejar a minha mudança que vai acontecer em maio (2025), após a autorização do STF, pois uso tornozeleira eletrônica e sou monitorada a partir do meu endereço também. Estou consciente que é a opção que tenho. Vou me separar da minha única filha o que é muito difícil. Estamos juntas há 17 anos e só ficamos longe uma da outra por 65 dias quando fui presa em Brasília. E esses 65 dias destruiu toda a admiração que ela tinha por mim e a afastou completamente.
Retornei para casa há mais de dois anos, convivo com as medidas cautelares impostas pela liberdade provisória, o que não permite que eu seja a mãe que eu era antes. Isso também ajudou na decisão dela de nos afastarmos. Antes, saíamos juntas para o mercado, shoppings, parques, restaurantes, passeios no Sesc e nos museus. Todo final de semana quebrávamos a nossa rotina e era muito bom. Ela sempre me viu trabalhando muito, tendo dinheiro para comprar o que ela queria, pois os nossos gostos são simples e sempre dava.
Hoje ela me vê sempre apreensiva. Ela dorme e acorda e sempre me vê de pé. Até brinca dizendo “Você não dorme mais, mãe?”.
Tantas e tantas vezes ela me pega chorando, por bater em portas que não se abrem, por me ver dando o máximo apesar das cautelares e não obter êxito. Até parece que todas as possibilidades não são para mim. Tentei voltar para a minha área; enviei mais de dois mil currículos pelo LinkedIn. Tive pouquíssimos retornos e por conta das cautelares também não consegui me recolocar.
Estou perdendo, por conta dessa ida a Brasília, o meu relacionamento com a minha filha, a convivência com ela, a admiração e o respeito dela. Ela perdeu a mãe alegre, cheia de planos de viagens e passeios, igreja, restaurantes, cinemas, e tantas coisas que fazíamos juntas.
Junto com ela está indo toda a estrutura da nossa casa, desde móveis, louças, panelas e talheres. Tudo! Até o meu cachorrinho que tanto amo.
E EU?
Eu vou morar “de favor” na casa da avó de um amigo, que me ofereceu guarida. Não tenho como arcar com uma despesa de aluguel e, principalmente, por ter o nome com restrições financeiras, devido aos empréstimos que fiz para pagar seis meses de aluguel e despesas com contas de consumo, alimentação e manutenção odontológica do aparelho da minha filha em 2023. Por isso, não tenho como fazer um contrato de aluguel. Eu que tanto prezava o meu nome limpo.
Hoje devo para algumas pessoas. E isso muito me envergonha. Empréstimo para pagar a sobrevivência e sem data para pagamento. Sinto tanta vergonha, embora grata a essas pessoas que me emprestaram, que confiaram em mim, e que nunca me cobraram. Mas eu vivo me desculpando e prometendo pagá-las um dia, quando tiver condições.
Agora vi que cheguei no limite. Não quero mais pedir emprestado e a solução é realmente a que se apresenta. Acredito que o desejo da minha filha de querer morar com o pai foi uma providência de Deus, assim como dessa senhora abrir a porta de sua casa para mim.
Aos quase 54 anos terei que iniciar sozinha e do zero. Sem dinheiro, morando na casa dos outros “de favor”. Não vou dizer desempregada, pois tenho trabalhado muito nessa nova profissão de Corretora de Imóveis. Foi praticamente um ano entre curso e estágio e custou muito caro para alguém vivendo no limite. Então, vou continuar persistindo nisso que estou fazendo.
Embora as cautelares muito tenham me atrapalhado, pois nesse ramo se trabalha online e presencial, e estou impedida de cumprir horários de visita aos imóveis com os clientes em períodos noturnos, finais de semanas e feriados. Não me é permitido sair de casa.

“Bendito aquele que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor.” Jeremias 17:7
Resolvi meditar nesse versículo todos os dias, pois DEUS é tudo o que tenho. Eu confio nEle e a minha esperança está nEle. Aceitei o processo para um dia chegar ao propósito dEle para mim.
O choro de hoje é de despedida da convivência com a minha filha nesses quase 13 anos em que moramos aqui e de cada item dessa casa que escolhi e comprei com o suor do meu rosto, para nosso conforto.
Tudo aqui tem uma história, a minha história com ela. E morar nesse condomínio fará falta a nós duas, pois, apesar dos pesares, sou grata a Deus por cada dia vivido aqui nesse lugar lindo, seguro, cheio de natureza. O melhor lugar que já morei e que pude proporcionar a minha filha na infância e na adolescência.
Simplesmente “Adeus meu amado condomínio da Vila Mascote! Amei morar aqui.
Foram muitos momentos de alegria, muitos aniversários comemorados, muitos cafés da manhã, almoços e jantares. Foi ponto de encontro dos meus tios e da minha mãe (agora já falecida) comigo. Quantas comemorações dos aniversários de todos nós…
De verdade… eu estou muito esperançosa. Eu creio que tudo isso será resolvido em curto tempo.
Estou no início do meu recomeço, do zero, do fundo do poço. Não se tem mais onde descer. Agora é subir. Tudo no tempo de Deus.
Sinto tristeza por ficar longe da convivência com a minha filha, perder tudo que comprei para nossa casa, mas são coisas materiais. E o melhor: estão indo com ela, para conforto dela ao lado do pai. Até porque, essa senhora só me aceita se for sozinha, então vou confiar em Deus, pois sei que Ele a ama muito mais do que eu.
Tudo está no controle de Deus e eu confio única e exclusivamente nEle.
Vai ficar tudo bem e vai dar tudo certo.”
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