QUERO FALAR DO 08.01 E NÃO ME ESCUTAM
Ana Maria Cemin – 12/11/2024
Às 9 horas de 21 de novembro, uma quinta-feira, Aline Leal Bastos Morais de Barros, 48 anos, terá a audiência que precede ao seu julgamento virtual do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda sem data fixada.
Assim como outros brasileiros, ela não teve o direito à ampla defesa e não terá como recorrer a outra instância, porque está sendo julgada pelos 11 ministros que ocupam o mais alto cargo do judiciário brasileiro.
Ela esteve em Brasília e vivenciou os horrores da Praça dos Três Poderes, e viu três helicópteros jogarem bombas sobre as pessoas e policiais atirarem contra cidadãos comuns com balas de borracha. O cenário era tão terrível ao ponto de muitas crianças ficarem perdidas dos pais no gramado. Durante um bom tempo daquela tarde, ela ajudou a recolher crianças para um lugar seguro. Os patriotas, unidos, cuidaram dos menores até os pais conseguirem sair da zona de fumaça provocada pela polícia e resgatar os seus filhos. Ela também ajudou idosos que ficaram paralisados de medo ou por falta de condições de enxergar. Ninguém quis ouvir o que ela tem a contar. Ao contrário, em breve será julgada como uma criminosa e, provavelmente, condenada.
Até ser presa em abril do ano passado, Aline não imaginava passar por tal requinte da perseguição política. A 8ª suplente da Câmara de Deputados Federal por Minas Gerais (concorreu pelo PL) ficou 42 dias numa cela no presídio Alvorada de Montes Claros, município que reside com a sua família desde 2018. Ela foi presa pela Polícia Federal na 10ª fase da Operação Lesa Pátria. A PF foi à sua casa no dia 18.04.2023 e a levou presa, após vasculhar o apartamento e levar o seu celular e os seus dois notebooks. Até então, Aline era presidente do PL de Montes Claros.
Aline, casada com Erique, 46 anos, e mãe de Lucas, 19 anos, e Alícia, 9 anos, ficou presa numa cela sozinha, embora tenha convivido com as presas comuns naqueles dias de cárcere. Quando saiu do presídio, 10 quilos mais magra, passou a usar tornozeleira eletrônica para monitoramento 24 horas. Nessa prisão domiciliar, foi concedido o direito de sair de casa durante a semana entre o horário das 6 às 18 horas. Também por ordem do STF teve as suas contas bancárias bloqueadas e é obrigada a comparecer na Vara de Execuções Penais todas as segundas-feiras.
Esse é um resumo da vida que a manifestante verde-amarela passou a ter desde abril do ano passado. E foi somente em meados desse ano que a Procuradoria-Geral da República fez a denúncia contra ela. Até então tudo estava muito obscuro, até porque o seu processo é sigiloso. As acusações contra ela são baseadas na investigação da Polícia Federal que aponta basicamente que a manifestante esteve na parte superior da plataforma do Congresso Nacional na tarde do dia 08.01.2023, local considerado de circulação de populares.
Outro ponto levantado pela PF foi que a Aline ficou responsável por organizar a lista das pessoas que iriam sair em excursão de Montes Claros para Brasília, com o objetivo de participar da manifestação. Essas excursões sempre aconteceram nos últimos anos e nunca ocorreu nenhum impedimento. A ideia de ir a Brasília no início do ano surgiu dentro da Igreja que ela frequenta e, como prova de que ela organizou a lista dos excursionistas, foi apresentado um manuscrito com os nomes das pessoas com as suas identidades, dados que foram repassados à ANTT, órgão responsável pela fiscalização de ônibus no Brasil. Também foi apresentada uma nota do serviço de transporte em nome de Aline.
Esses dados foram o suficiente para que a PGR acusasse Aline de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado, dano qualificado contra o património da União e deterioração de patrimônio tombado.
Em julgamento por esses crimes imputados, os patriotas têm recebido condenações que variam entre 12 e 17 anos em regime fechado, e vários deles estão em cumprimento de sentença dentro dos presídios brasileiros.
Conversei com Aline e compartilho aqui os relatos sobre como está a sua vida pessoal e profissional desde março do ano passado, sua vivência do 8 de janeiro e suas expectativas.
“Eu sou advogada e ainda acompanho alguns processos, mas depois que saí da prisão eu penso que se o Direito não serve para mim, como vou garantir que funcione para o meu cliente. Não pego novas causas, até porque não tenho cabeça.
Nos outros aspectos, a minha vida segue a “normalidade”, porque atuei na política esse ano. Lançamos candidatos aqui em Montes Claros e trabalhei muito pela direita aqui na minha cidade. Sou daquelas pessoas que chama as pessoas para participarem, para irem às ruas. Sou uma militante e estou convicta que é por isso que eu estou sendo perseguida.
Quando eu fui presa em abril do ano passado, o meu filho tinha acabado de passar na Faculdade de Medicina. Além dele tenho uma filha de 9 anos que é muito apegada a mim. O meu marido tem sido maravilhoso nesse tempo todo. Eles têm sofrido junto comigo, mas somos fortes e unidos.
Hoje tenho uma vida restrita, uso tornozeleira e enfrento essas acusações como seu eu fosse organizadora de um golpe que não faz nenhum sentido. Ao investigar toda a minha vida, não acharam nada que possa me incriminar, porque o fato de ter organizado a lista de passageiros do ônibus e a nota fiscal do frete saído em meu nome (o que eu só tive conhecimento no próprio inquérito) não significa nada mais que ajudar numa excursão, pois só quem organiza viagens sabe que tem que mandar os dados para a ANTT e tem gente que desiste de última hora, que colocam outras pessoas para ir em seus lugares. Umas querem a janela outras corredor, outras mais à frente etc. Esse trabalho a empresa de ônibus não faz. Inclusive, só para deixar claro e confirmar o que está no inquérito, todas as passagens foram pagas na conta da empresa de ônibus.
Além disso, tem um vídeo dentro do ônibus onde as pessoas respondem um questionamento sobre o que elas estão indo fazer em Brasília e elas respondem “tirar o ladrão”. Depois fiz um vídeo quando estava próxima à rampa com mais alguns comentários. Nada disso é grave ou novidade. São pontos de vistas e críticas a um governo. E lá em Brasília, não entrei em prédio algum, portanto não tem como me acusar de depredação ou qualquer coisa nesse sentido.
Num dos vídeos que gravei, falo que tínhamos saído de Montes Claros, pais e mães de família, e que estávamos lutando pelo futuro dos nossos filhos, e quem não luta pelo que quer então deve aceitar o futuro que vier. Também falei do Alexandre de Moraes, de que ele infelizmente escolheu o lado errado da história.
Não há qualquer prova contra mim para me condenar, como parece que acontecerá. Vieram na minha casa pegaram todos os meus notebooks, pegaram o meu material de trabalho que até hoje está lá com eles, pegaram o meu celular que também está lá na polícia, mas até hoje não encontraram nada.
Simplesmente não há nada que eu tenha feito que justifique essas ações da PF, STF e PGR. Em todo esse processo existe um flagrante abuso de autoridade. A minha audiência de instrução foi marcada sem apresentação de defesa, somente com uma defesa prévia. Não pude arrolar testemunhas, nada, pois por ausência de um advogado no momento do oferecimento da defesa não pude fazê-la, o que fere o direito à ampla defesa e ao contraditório.
TIRARAM A MINHA VOZ
Eu detesto o anonimato. Sempre fui uma pessoa de redes sociais e sempre lutei muito, mas a minha vida simplesmente parou porque me tiraram a liberdade de ir e vir, me tiraram a voz. Eu tinha uma chance enorme de ser uma candidata à vereadora aqui na minha cidade nas eleições municipais, com chances reais de eleição devido aos meus posicionamentos em defesa da família, da pátria e da liberdade. Tudo foi adiado.
Eu fui candidata ao cargo de deputada federal em 2022 e eu queria continuar a minha a minha trajetória política, porque quero fazer parte de uma mudança, principalmente porque eu estou numa cidade na qual a direita tem baixa representatividade.
Quando cheguei em Montes Claros, em 2018, nós conseguimos juntar um grupo de pessoas politizadas para começar a transformar essa realidade. Mas com essa perseguição os meus sonhos foram paralisados temporariamente.
É uma clara perseguição política que estou sofrendo.
Não posso mais ser Aline que eu sempre fui e vivo à espera do amanhã. É uma tortura administrada em doses homeopáticas desde que fui presa, porque não sei o que vai ser das nossas vidas, da minha e da minha família. Eu durmo todos os dias imaginando o que pode acontecer. Eu me preocupo com o futuro dos meus filhos, mesmo com o meu marido sendo um “paizão”.
Eu nunca esperava passar por isso, porque eu não sou criminosa. Estar em Brasília não significa que eu queria fazer intervenção, porque não sou intervencionista, nem nunca fui a favor de derrubar governo. Sou uma pessoa inteligente o suficiente para saber que não é assim que acontece um golpe, com um bando de manifestantes. Em várias ocasiões fomos de ônibus para Brasília aqui da nossa cidade, antes de 2022, para nos manifestar. O povo na rua faz parte da democracia.
DENÚNCIA
O nosso grupo que saiu de Montes Claros não foi para o QG de Brasília, porque o nosso objetivo era participar da grande manifestação, como fizemos em anos anteriores, inclusive levando mais ônibus. Alguns, inclusive, aproveitaram o preço da passagem para conhecer a capital do nosso País.
Com tudo aquilo que aconteceu de vandalismo nos prédios, imediatamente começou uma repercussão muito grande do meu nome como participante da manifestação, “dos atos golpistas”, por ser presidente do PL da minha cidade e suplente ao cargo de Deputada Federal de Minas.
Ainda em Brasília, conversei com o pessoal do ônibus e decidimos que eu voltaria antes de taxi para evitar maiores problemas, até porque a minha família estava apavorada com as informações publicadas na imprensa e mídias sociais a meu respeito. Era um absurdo imaginar que eu estaria levando pessoas de várias igrejas, cristãos, idosos, pais e mães de família para um golpe de estado. Completamente sem fundamento!
E creio que se eu não tivesse voltado para casa de taxi, eu teria sido presa em Brasília ainda, porque o nosso ônibus foi parado na estrada e levado para o Ginásio da Polícia Federal. Todos foram liberados, após verificação de quem estaria voltando de ônibus e recolherem os seus dados. Das 43 pessoas da excursão, somente eu fui presa, mas somente em março, como já relatei.
O meu nome também foi denunciado por pessoas anônimas nos dias que seguiram o 8 e o 9 de janeiro, porque a Polícia Federal abriu um endereço de denúncia virtual. Muita gente acabou sendo investigada em inquéritos como eu a partir dessas denúncias.
Eu sou uma pessoa de fé e a minha religiosidade me sustenta. Sei que sou a força da minha família e tenho muito senso de realidade. O eu penso é que ninguém está preparado para uma ruptura tão grande e tão grave como foi a minha prisão, por exemplo. Porém, hoje, os meus filhos eles têm a noção do que pode acontecer comigo.
O meu filho Lucas é um menino equilibrado e inteligente, com uma maturidade enorme, reconhece as nossas lutas. Juntos vamos vivendo as adversidades, com muito medo do que pode acontecer amanhã. A gente vive nessa expectativa, nessa insegurança…Como mãe é muito difícil. Eu senti muita falta da minha filha pequena na cadeia, de sentir o cheiro do cabelo dela (choro)… e a gente é muito grudada. Eu tenho medo de ser condenada e de ficar longe dela. Eu não tenho tanto medo ficar longe do meu marido e do meu filho, mas a minha filha, a minha menina, ela precisa da mãe.
Pensar que isso pode acontecer dói, mas nunca tive momentos de tristeza depois que eu saí da cadeia. Sou confiante, não uso remédio para depressão e tenho muito senso de realidade em relação ao que está acontecendo nos inquéritos, nas denúncias e nos julgamentos do STF e o que mais pode me acontecer ainda, a advocacia me ajuda a ter esse senso e a minha fé a me manter de pé.
Quando penso que podem me levar presa novamente, que vão me tirar da família tenho vontade de chorar. Mas agora eu não posso chorar, não perto deles, porque eu sou uma figura forte na vida deles”.
Ana Claudia Rodrigues de Assunção
Diante de tantas injustiça no País, nos sentimos impotentes! E como relatou a Aline, somos inteligentes e é inaceitável essa ideia de golpe de estado, com pessoas comuns, famílias, idosos, crianças, a maioria cristãos , tenentes a Deus! Só quem realmente não quer wnxergar a verdade ou é um alucinado, pensar que os manifestantes desarmados, sem exército, queriam dar golpe! Um absurdo! Essas narrativas da esquerda, do STF dão nojo e são completamente incoerentes! Espero que tudo se resolva! Aline é uma mulher espetacular, maravilhosa!!! Deus abençoe muito a sua vida !!!
Nanci Cruz de Souza
O SENHOR DOS EXÉRCITOS QUE NUNCA PERDEU UMA ÚNICA BATALHA IMAGINE ESSA GUERRA. Ó GLÓRIAS ALELUIAS DEUS ALTISSSIMO DE PODER E AUTORIDADE JUIZ JUSTIÇA E FOGO 🔥 🔥 🔥 COMSUMIDOR. Á JUSTIÇA ESTÁ CHEGANDO .🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙌🙌🙌🙌🙌
Adriana Silva
*ALINE BASTOS,*
Mulher forte de muita coragem e atitude; Aline é esposa e mãe de dois filhos. Se formou em direito e além de advogada é líder de ações e grupos cristãos e sociais na cidade de Montes Claros.
Sua luta política iniciou fortemente em 2018, mas foi agora em 2022 que Aline se destacou ao liderar grupos de direita e até mesmo desenvolver congressos que trouxe lideranças importantes e muita informação para o norte de minas. Aline foi candidata a Deputada Federal, indicada por quem participa da luta junto, ela topou o desafio. Apesar de não ter sido eleita, Aline não desistiu e continua lutando pelo que ela acredita e defende!
Sabemos que Aline é pessoa honesta, de bom caráter e está sofrendo uma perseguição política INJUSTA !
Sabendo que há propósito em tudo, vejo Aline ainda mais forte , diante de tal desafio !
*Aline, o norte de minas tem orgulho da pessoa que você é. Somos gratos pela sua luta 🤍 que nosso Senhor Jesus Cristo siga te iluminando!*
Luciene Mota de Sá Takassu
Deus vai agir na hora certa e vai dar a liberdade a todos os injustiçados!
Nós temos certeza que é inocente e Jesus também testemunha disso.
Eu tenho fé em Nossa senhora que intercede junto ao seu filho que nada vai acontecer com você!
O todos os inocentes serão libertados!
Patricia Fujii
E um verdadeiro absurdo o que vem acontecendo com os patriotas em particular com nossa querida amiga Aline Bastos ,mas tenho convicção que Deus e maior que tudo isso e sairemos vitoriosos para Honra e Gloria do Senhor ,siga firme guerreira,estamos em orações 🙏💚
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