Ana Maria Cemin – Jornalista – 15/04/2024
Desde o dia 31 de janeiro desse ano, o preso político Márcio Rafael Marques Pereira, de Novo Hamburgo, RS, enfrenta os desafios de estar novamente no cárcere. A primeira vez foi em Brasília, no dia 9 de janeiro de 2023, quando foi recolhido do QG da capital federal para o Ginásio da Polícia Federal; e de lá foi levado para o presídio Papuda junto com mais de 1,3 mil pessoas.
Pereira saiu no ano passado usando tornozeleira eletrônica e, enquanto aguardava julgamento em prisão domiciliar, foi recolhido pela Polícia Federal a mando do ministro Alexandre de Moraes (STF). Ele encontra-se entre presos condenados por vários crimes na Penitenciária de Jacuí – Charqueadas, RS. Lembrando: ele nem mesmo foi julgado e está preso.
O que o levou a voltar ao cárcere foi o descumprimento das medidas cautelares impostas pelo STF para poder responder o processo (inquérito 4921) em seu município. Ele já passou pela audiência de instrução e julgamento, que ocorreu em 26 de março, e nessa ocasião ele pediu para que o seu advogado de defesa Dr. Hélio Júnior falasse para a população brasileira que não esqueça dele lá dentro.
NOVO CONTATO
Em carta enviada por ele, endereçada a mim, Pereira conta que mesmo com o pedido feito por seu advogado, ele está sem atendimento médico na penitenciária. Sente graves dores em função de sequelas de um acidente, sofrido em 2014, no qual lesionou a vértebra L4 e sua perna.
Diz que até pouco tempo estava dormindo num colchão no chão, porque a cela tinha apenas dez camas para 16 presos. Diante da situação de saúde do preso político, os próprios colegas de cela decidiram ceder uma cama para o patriota nessa semana.
Pereira conta na carta que até o momento não recebeu visita dos familiares, por dificuldades financeiras, e que a própria avó com quem residia em Novo Hamburgo, RS, acabou sendo afetada com a prisão dele. Afirma que após assistir a cena de sua prisão em casa, ela começou a passar mal e recentemente teve um AVC.
DIFICULDADES E MEDO DE SER ESQUECIDO
Pereira sente estar abandonado à própria sorte, num presídio conhecido por ser um depósito de presos esquecidos. Relata que, num primeiro momento, ficou na Galeria dos Evangélicos e que foi uma experiência terrível, muito pior do que o Campo de Concentração de Brasília (Ginásio da Polícia Federal).
Relata que nessa galeria ficam cerca de 300 pessoas num salão, todos os colchões no chão e que as pessoas que lá estão foram condenadas por estupro, pedofilia, assassinato de seus próprios filhos, entre outros crimes repugnantes. Para dar nome à ala, “Evangélica”, quem domina a galeria promove momentos de orações obrigando todos a participarem, o que não tem um sentido espiritual. Na opinião do preso político, isso é apenas o poder operando sobre os demais que ali se encontram.
Ele conta que foi aceito em outra galeria onde estão condenados por tráfico e homicídio, e que todos têm respeito por ele, conhecem a sua história de patriota. Para comer usava, inicialmente, uma caixa de leite cortada ao meio, onde colocava sua concha de arroz e feijão diário. A penitenciária não oferece um prato. Além disso, raramente é servida carne ou outras variações.
Ele come o mínimo de feijão e arroz para continuar vivo e sai muito pouco da cela. Em geral, sai para o pátio somente dois dias por semana, isso porque o local é forrado de ratos e baratas. Outro problema grave é a qualidade da água que são obrigados a tomar. As caixas d’água estão com tampas quebradas o que aumenta a possibilidade de contaminação do conteúdo, uma vez que há muitas pombas no presídio.
Com muitas dificuldades financeiras, ele apela para que as pessoas ajudem com algum valor, doando via pix de sua mãe. Ele gostaria de receber a visita dela no presídio, quando poderá levar alguns itens de higiene e roupas, porque nesse momento ele está usando o que consegue emprestado, de outros presos.
CHAVE DO PIX DA MÃE DO MÁRCIO RAFAEL: marcia.empereira@gmail.com
Que horror!! Até quando vai esse desprezo pelo ser humano. E o imperadovo do Brasil só mandando prender e pronto!!😡😡 realmente revoltantes uma situação onde pessoas doentes estão em local pior que campo de concentração.
Horror! Nos remete às fétidas prisões da Idade Média !
Uma um Grande PATRIOTA tem Meo más e teimoso falei várias vezes prá ele não se expor não escuto!
Bastava ter aceitado o ANPP.
Essa síndrome de herói só tem causado mais confusão e trazido sofrimento para a família.
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