
Ana Maria Cemin – Jornalista
31/01/2024 – (54) 99133 7567
Moradora da comunidade de São Francisco de Assis, no bairro Trevo, de Belo Horizonte, MG, a patriota Euzeni Alves de Souza, 46 anos, passa por momentos difíceis de saúde. Depois de passar dois meses em Brasília, presa no Colmeia, por se manifestar, voltou para casa com infecção recorrente, sente dores das mãos, os joelhos estão inchados e, principalmente, a sua cabeça dói de forma constante, sete dias por semana. A médica do SUS recomendou fazer uma tomografia, porém não tem recursos para fazer particular, no valor de R$ 415,00.
“Eu fui para Brasília porque tiraram o acampamento aqui de Belo Horizonte e surgiu a oportunidade de ir de ônibus. Sobrou uma vaga, me ofereceram e eu fui conhecer a capital do meu país e me manifestar. Ao chegarmos no QG, eu e duas amigas montamos a nossa barraca, sendo que às 14 horas de 8 de janeiro descemos em marcha rumo à Praça dos Três Poderes.

Não sei qual o grau de patriotismo geral das pessoas, mas apesar de tudo que me aconteceu com a prisão no QG na manhã seguinte e o tempo que passei no presídio, o que eu lembro sempre é daquela imagem linda das pessoas pacíficas e ordeiras descendo escoltadas pela polícia. Isso jamais sairá da minha lembrança como sendo o movimento mais forte que vi na minha vida.
Antes de entrarmos na praça, passamos por um cordão de policiais que nos revistou, mas foi só chegar mais perto dos prédios e vimos que aquilo tudo já tinha sido tomado por pessoas que não eram do nosso movimento. Ainda tentei subir na rampa, mas estava tão lotada que achei perigoso, pois não tem corrimão nas laterais. Fiquei um tempo e voltei com as minhas amigas de Belo Horizonte para o QG. Fui presa com elas na manhã seguinte.

Quando voltei para casa dois meses depois, eu tive vontade de morrer, pois eu fui criada dentro do Beco da Mina, na Cabana, aqui em Belo Horizonte, mas nunca roubei uma agulha. O que aconteceu comigo causou muito constrangimento, em especial andar com a tornozeleira.
Um casal de amigos me obrigava a sair da cama e passear todos os dias ao redor da lagoa e posso afirmar, hoje, que devo a minha vida a Deus, e a eles pelo sacrifício de virem de longe para me ajudar a reagir ao medo que sentia. Entrar num grupo de oração também mudou a minha vida para melhor e ajudou a recuperar a minha confiança.
Meu desejo é descobrir o que tanto faz o meu corpo doer e creio que a tomografia computadorizada pode trazer essa resposta para que a médica do SUS me ajude. Se alguém puder me ajudar, o meu pix é o CPF 060 711 706 05.”

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