Carregando agora

O “GRANDE PAI” CASTIGA JENNIFER POR TRABALHAR

Ana Maria Cemin – 25/02/2025

Jennifer sabe que ao sair para trabalhar, para conseguir o mínimo para viver, descumpre as exigências de ficar trancada 24 horas nos finais de semana e à noite. O que fazer? Passar fome? Viver na rua?
A advogada de Jennifer explica nos autos a razão do descumprimento das cautelares e pede flexibilidade para ela trabalhar. Não obtém sucesso.
Venda no farol, unhas, atendimento na lojinha que o pai ajudou a montar e, agora, a volta a atender eventos em hoteís. Só que esse atendimento ocorre fora do horário de “liberdade” e ela pode ser recolhida ao presídio mais perto de sua casa. Como ficará seu filho Lorenzo, já que ela é mãe solo? Quem sustentará a casa, se ela é sozinha?

“A Constituição garante que nenhuma pena pode ultrapassar a pessoa do condenado, mas na prática, muitas mães solo são submetidas a algo ainda mais cruel: a pena de fome. Impedir que uma mãe trabalhe para sustentar seu filho não é apenas uma consequência da medida cautelar, mas uma verdadeira condenação invisível, que atinge não só a ré, mas também sua criança, que nada tem a ver com o processo.

A Justiça não pode ignorar que a fome é uma sentença tão severa quanto qualquer outra. Quando Jennifer se viu sem trabalho, não foi apenas sua dignidade que foi ferida, mas o direito básico de seu filho à alimentação. Afinal, se a penalidade inclui a impossibilidade de garantir o mínimo para sobreviver, estaríamos diante de uma pena de morte por fome.

O STF já reconhece que medidas cautelares devem ser compatíveis com a dignidade da pessoa humana. Mães solo não podem ser deixadas à própria sorte, sem chance de trabalhar e alimentar seus filhos. O direito à vida não pode ser relativizado, e a Justiça tem o dever de evitar que punições se transformem em uma condenação silenciosa à miséria.

A pena de fome é cruel, desumana e inconstitucional. Se o Estado quer punir, que o faça dentro da legalidade, sem transformar crianças inocentes em vítimas colaterais. Justiça social também significa garantir que ninguém seja condenado a passar fome”, diz a advogada de Jennifer, Dra. Marta Padovani.

A Dra. Marta Padovani defende a dignidade da presa política e de seu filho, mas não é atendida pelo Supremo.

LEIA A HISTÓRIA DO CÁRCERE DE JENNIFER:

]

Publicar comentário