Ana Maria Cemin – Jornalista
07/01/2024 – (54) 99133 7567
Entre os dias 9 e 14 de janeiro de 2023, cerca de 400 pessoas foram largadas a sua própria sorte e acolhidas pela Igreja em Brasília, onde receberam 5.966 refeições, 354 kits de higiene, 400 cobertores, 400 travesseiros e 350 itens de vestuário. Foi uma missão humanitária de última hora para recolher os patriotas dispensados após a triagem feita no Centro de Concentração da PF. Mais de 1,3 mil não voltaram para casa naquele janeiro: foram para os presídios Papuda e Colmeia.
Pouco se fala sobre os patriotas que foram detidos no QG em frente ao Exército de Brasília, levados à Academia Nacional da Polícia Federal (ANP) e, após identificação e abertura de inquérito, liberados para voltarem para as suas cidades e estados devido a sua idade ou comorbidades.
Ninguém sabe exatamente quantos são. Apenas que são centenas, entre eles crianças, idosos acima de 70 anos e doentes. Só a Associação Cristã Santa Clara de Brasília recolheu cerca de 400 patriotas. Eles ficaram abrigados na diocese de 9 a 14 de janeiro, quando a última leva saiu da estrutura humanitária criada pelo Padre Geraldo Gama, com auxílio da associação.
Os relatos desses patriotas é que apareceu um padre bondoso naqueles dias de trevas. Padre Geraldo andava pela rodoviária nas madrugadas recolhendo os famintos, sem dinheiro e desorientados. Deu-lhes camas, comida, roupas, passagens e auxílio emocional antes que esses voltassem para os seus estados.
CARTA ABERTA DO PADRE GERALDO
Para desempenhar esse papel de anjo da guarda, o Padre Geraldo contou com ajuda de muitas pessoas, pois o volume de recursos necessários para esse amparo de última hora foi extraordinário. No dia 20 de janeiro, ele publicou uma carta aberta para informar qual foi o trabalho feito, quantas pessoas foram atendidas e com o quê.
Na carta, o padre faz um relato destacando a intenção das pessoas que foram a Brasília: “o povo esperava uma resposta de seus governantes”, escreve ele, referindo-se à transparência das urnas. Padre Geraldo lembrou que os patriotas saíram do QG no dia 8 escoltados pelo Exército e se dirigiram à Praça dos Três Poderes de forma ordeira e pacífica.
“Manifestantes criminosos se infiltraram no movimento pacífico e invadiram, depredaram e saquearam as sedes dos Três Poderes”, relata e continua: “Diversos vídeos e fotos feitos pelos patriotas circularam pela internet revelando a diferença do tipo e do comportamento dos infiltrados e dos patriotas”.
A carta do Padre Geraldo entrará na história do Brasil como um testemunhal importante.
O TRABALHO CONTINUOU NOS PRESÍDIOS – O Padre Geraldo, membros da associação e colaboradores seguiram na sua missão humanitária após o embarque do último patriota acolhido. Desta vez com olhar para os presos políticos recolhidos aos presídios Papuda e Colmeia. Até a conclusão do relatório de 20 de janeiro, foram enviados para os presídios 800 mantas de microfibra, 1,6 mil camisetas brancas de algodão, 1,6 mil roupas íntimas, 800 peças de vestuário entre calças e bermudas, 300 sutiãs, 558 sabonetes brancos, 324 pastas dentais, entre outros. Sabe-se que o trabalho seguiu por meses, de forma incansável, procurando atender todas as demandas possíveis dos presos políticos.
Hoje era para ser considerado um dia especial….
UM FERIADO NACIONAL…..