
Ana Maria Cemin – Jornalista – 06.07.2024
Na noite de ontem, 5 de julho, quando o exilado político Orlando Bardelli da Silva, 42 anos, retornava para o aposento alugado na Argentina, após jantar na casa de outros patriotas, foi agredido por desconhecido com uma paulada na nuca, abrindo um grave ferimento. Desesperado com a agressão, ele conseguiu correr para um postinho de saúde e de lá, em função da gravidade do corte e sangramento, foi levado de ambulância para um hospital.

Bardelli permaneceu a madrugada de hoje no hospital, porém não recebeu qualquer medicação, nem suturaram o corte, porque informaram que não havia médico, quanto menos atendimento de especialista do caso, um neurologista. No amanhecer, ele retornou para o aposento com ajuda de outro patriota sem que qualquer procedimento fosse feito além de colocar uma faixa na sua cabeça. Ele não sabe, até o momento, se sofreu alguma hemorragia.
A situação de Bardelli espelha a realidade de mais de uma centena de patriotas que saíram do Brasil após serem condenados pelo Supremo Tribunal Federal a penas de 14 a 17 anos, por participarem da manifestação em 8 de janeiro de 2023. Hoje, ele vive longe da esposa e filha, dorme num quarto todo mofado sem fogão ou qualquer outro eletrodoméstico.

Por esta razão, todas as noites vai até a casa de outros patriotas jantar e pegar uma marmita para o dia seguinte. Ele conseguiu trabalho de servente de pedreiro e recebe R$ 65,00 por dia. Se não trabalhar, não come e não consegue pagar o aluguel, motivo pelo qual está pronto para o serviço da próxima segunda-feira, mesmo com a ferida aberta.
Se Bardelli voltar para o Brasil, será preso e terá que cumprir uma pena de 17 anos no presídio de seu estado, misturado com a massa carcerária (pessoas que mataram, estupraram, traficaram, roubaram). Ele foi condenado em última instância, ou seja, não tem como recorrer. A fonte de informação não informou em qual cidade ele se encontra.
Quem cuidará dos direitos dessas pessoas no exílio? Existem Direitos Humanos para os patriotas presos em 8 de janeiro? O que os Congressistas estão fazendo para ajudar esses presos políticos?
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