EM CASA, COM OS TRAUMAS DO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO

Fomos obrigados a entrar em ônibus que não eram os nossos (nos quais saímos de nossas cidades), com policiais fortemente armados nos conduzindo para o interior deles. Eram muitos ônibus estacionados e nós estávamos com medo de entrar.

Inclusive, muitas pessoas foram surpreendidas ao acordar e não puderam levar os seus pertences, como alimentos, remédios (a maioria de uso contínuo), produtos de higiene. Enfim, apenas saímos na correria do QG e fomos obrigados a entrar nos ônibus deles.

Ninguém, em momento algum, dirigiu a palavra a nós para explicar o porquê de entrarmos naqueles ônibus que não eram os nossos. Nenhum policial se reportou a nós dizendo para onde iríamos ser levados. Ali se caracterizou uma situação de guerra, pois éramos prisioneiros sendo sequestrados sem direito algum, sem voz de prisão.

No ônibus, vi patriotas em estado de choque, começando a passar mal, pois o pânico se instalava geral entre nós. Rodaram conosco por toda a cidade, o trânsito foi interrompido como se fosse um desfile.

Fomos escoltados por viaturas, carros de militares, motos da polícia federal, helicópteros sobrevoavam junto. Foi disponibilizado um arsenal de segurança do governo em minutos, como nunca se viu numa operação para subir os morros onde vão prender os traficantes.

5 comentários sobre “EM CASA, COM OS TRAUMAS DO CAMPO DE CONCENTRAÇÃO

  1. Lucia Helena Manzano Moreno

    Eu vivi tudo isso, muito triste, não fui embora dia 09, vivi mais dois dias e dia 11 eu estava entrando na Colmeia ..
    Todos sofremos, mas cada um com sua dor ..
    Graças a Deus estou em casa. Porém de tornozeleira, sou restringida de trabalhar…
    Não está fácil.. mas Deus proverá

    1. Juliane de Guedes

      Eu queria poder dizer que isso foi um pesadelo mas infelizmente, a dura realidade que aconteceu e marcou as pessoas.

      Onde estão as imagens do dia 08.01?

      Como explicar as pessoas que não tem o hábito de ler o montante de narrativas absurdas inventadas para esconder o que aconteceu de fato.

    2. Juliane de Paula Guedes

      Eu queria poder dizer que isso foi um pesadelo mas infelizmente, a dura realidade que aconteceu e marcou as pessoas.

      Onde estão as imagens do dia 08.01?

      Como explicar as pessoas que não tem o hábito de ler o montante de narrativas absurdas inventadas para esconder o que aconteceu de fato.

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