
Ana Maria Cemin – 22/01/2025
Vanessa Garcia Assem Mathar, 40 anos, é mãe de Samira, 5 anos, e de Anibal, 8 anos. É casada com o preso político Thiago de Assis Mathar, de 45 anos, condenado a 14 anos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi preso e condenado por estar caminhando dentro do Palácio do Planalto em 08.01.2023. Não há nada que indique que seja um vândalo. Até 2021, Thiago trabalhou com o pai no porto de areia em Votuporanga e depois veio a trabalhar como autônomo em São José do Rio Preto. Hoje, sua renda é zero, porque foi negado o auxílio reclusão.
A esposa e mãe é a única renda da família. Trabalha com vendas de produtos para segurança eletrônica numa empresa de São José do Rio Preto, SP. Enquanto está fora de casa, sua mãe Jacira Garcia, 71 anos, atende as necessidades das crianças. Recentemtente as condições de saúde da Dona Jacira se agravaram, tanto que para sair da sala para a cozinha ela precisa se segurar nas paredes; a bengala já não dá conta.
“Preciso de ajuda para comprar uma cadeira de rodas eletrônica para a minha mãe continuar cuidando dos meus filhos”, diz Vanessa, apreensiva.
Mais do que nunca Vanessa precisa da ajuda da mãe agora, porque o filho Anibal necessita de agendimento especializado de fonoaudiologia, terapia ocupacional e psicoterapia, e única pessoa disponível para levar a criança para as atividades é a avó.

Quanto custa essa ajuda: R$ 8 mil”. A campanha de ajuda foi iniciada nesse dia 22 de janeiro de 2025 e qualquer apoio pode ser dado pelo PIX, a chave é o CPF 34569117856.


JULGAMENTO E CONDENAÇÃO
Em 14.09.2023, Thiago Mathar foi condenado a 14 anos. Foi um dos três julgamentos que puderam ser acompanhados, porque todos os demais passaram a ser em ambiente virtual. “Nós assistimos à condenação de inocentes pela televisão em setembro de 2023, sem prova alguma, e ficamos chocados. Na audiência de custódia, os policiais falaram que a única coisa que viram do Thiago foi que ele ajudou pessoas que estavam passando mal. Meu marido é muito bom, ele é muito sistemático, não pegaria nada de ninguém e nem quebraria ou faria algum mal a alguém”, relata Vanessa.

PRESENÇA NO QG
Thiago, Vanessa e as crianças frequentaram o QG de São José do Rio Preto, aonde iam para cantar louvores, o hino e fazer orações. “A gente não conversava muito com o pessoal de lá, não chegamos a fazer amizade, mas íamos seguidamente. Na 6ª feira, dia 6 de janeiro, Thiago chegou em casa e disse que tinha uma vaga no ônibus para ir para Brasília, coisa rara. Em geral, o ônibus estava sempre lotado. Ele me disse que estava com vontade de ir e eu apoiei. Não fui porque a volta seria na segunda-feira e eu não poderia perder horário no meu serviço”. conta.
O ônibus que saiu naquele dia estava lotado, porém tinha vaga num outro ônibus vindo de Penápolis. Thiago embarcou. Na mochila levou bolacha de água e sal, garrafa com água, uma blusa, material de higiene, celular e carteira. Carregava, ainda, uma bandeira do Brasil.
“O meu marido me ligou do QG no sábado e disse que dormiu numa barraca emprestada. Falou que estava com pouca bateria no celular e que era complicado carregar por lá, então encerramos rápido a nossa conversa. Depois disso ele só voltou a ligar da Delegacia de Polícia informando da prisão. Isso era segunda-feira, 09.01.2023, um pouco depois da meia-noite”, relembra.
HOMEM HONRADO
“Eu conheço o Thiago há muito tempo, pois fazíamos a faculdade na minha cidade, em Garça, SP. Ele cursou Engenharia Florestal e eu Psicologia, e foi na universidade que nos conhecemos quando eu tinha 17 anos. Ele sempre foi calmo e muito quieto, inclusive todo mundo dizia: “Mathar não tem boca para nada”. Ele realmente sempre foi assim e o meu filho é igualzinho. Durante o namoro, quando eu comecei a trabalhar em São José do Rio Preto, ele voltou para a cidade dele, que é Votuporanga. Depois de alguns anos, nós noivamos, casamos e tivemos os nossos dois filhos. Ele é uma pessoa extremamente maravilhosa e jamais conseguiria fazer algo errado. Um exemplo disso é a ida ao mercado com a minha mãe, que tem 71 anos. Ele a deixava na frente do mercado e, então, ela dizia: estaciona aqui na vaga do idoso. Ele perguntava a ela: A senhora está com o cartão do idoso? Ao que ela respondia que não. Então ele explicava que não era possível estacionar numa vaga de idoso sem cartão, por ser irregular. É esse homem preocupado em fazer tudo certo, dentro da lei, que o STF acusa de crimes que ele não cometeu e condenado a 14 anos de prisão.”
Se você quiser saber como é a vida de Mathar dentro do Presídio Papuda, leia a matéria:
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