
Ana Maria Cemin – 02/06/2025
Dois patriotas rondonienses cumprem pena na Casa de Detenção de Pimenta Bueno, dividindo cela. Um deles é John Átila da Silva Assunção, 35 anos, pai de dois menores de 8 e 15 anos. Assunção foi condenado a 17 anos e não recebe auxílio-reclusão, o que nos faz pensar quanto de sofrimento todo esse processo traz ao ambiente familiar: a ausência pela injustiça e ainda a desestruturação financeira, em prejuízo às crianças.
A mãe do preso político, Dona Eva, ajuda com o que pode os netos, mas o que ganha não é suficiente para integralizar a pensão que Assunção pagaria se estivesse livre e trabalhando.
A mãe do preso ficou sabendo da prisão do filho em Brasília na madrugada do dia 9.01.2023, quando a Polícia Federal ligou para ela. Depois disso, passou quase um mês de angústia sem notícia dele, sem saber se estava vivo ou morto.

“Átila estava morando em Cacoal, RO, em 2022, e frequentava o QG de lá quando foi convidado a ir para Brasília para a manifestação. Como estava desempregado, não havia impedimento para ir. Chegou no dia 8 de janeiro e lembro que ele estava fazendo uma videochamada com a família, mostrando a Praça dos Três Poderes, quando a conversa encerrou do nada. Ele sumiu! Depois disso soubemos que foi preso no CDP de Papuda. Só voltou para casa em agosto de 2023”, relata a mãe.
Ao retornar para casa, Assunção voltou a trabalhar fazendo bicos como motorista e serralheiro, mas em 6.06.2024 foi novamente preso preventivamente, por ordem do Gabinete do Ministro Alexandre de Moraes, desta vez em presídio de Rondônia. A sessão virtual do Plenário do Supremo Tribunal Federal ocorreu de 26.04 a 6.05.2024, quando foi condenado a 17 anos. Porém, o início do cumprimento da pena somente foi determinado em 20.02.2025.

“Dentro do presídio de Pimenta Bueno o meu filho desenvolveu um quadro de hipoglicemia e vem apresentando crises com desmaios, além do seu estado emocional oscilar muito, aparentando depressão. Ele vive uma explosão de emoções, com mudanças de sentimentos e pensamentos a cada visita que faço”, relata Dona Eva, que consegue ir até o presídio apenas uma vez por mês, no segundo sábado do mês. Ela é técnica de enfermagem e trabalha em dois hospitais (distantes 200 km um do outro) e, ainda, só consegue sair para a visita ao filho porque o chefe é compreensivo.
“Nós peticionamos o pedido de prisão domiciliar diante do quadro de saúde de Átila e, subsidiariamente, a progressão para o regime semiaberto. O peticionamento foi feito na sexta-feira, 30 de maio”, informa a advogada Ana Caroline Sibut Stern, que atua no caso junto com a advogada Taniéli Telles.
O colega de cela que também cumpre pena por estar em Brasília no 8.01 é Paulo Alves Padilha, 46 anos, condenado a 14 anos. Em 6.01.2023, Padilha saiu de Espigão D’Oeste, RO, dizendo que logo voltaria, mas o retorno só ocorreu 16.12.2023.
Você pode ler a história de Padilha acessando o link
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