DOENÇA FAZ MORAES PERMITIR VOLTA DE PATRIOTA PARA CASA
Ana Maria Cemin – Jornalista – 21/07/2024
O que levou o ministro Alexandre de Moraes dar um passo atrás na prisão de Maria do Carmo da Silva, 61 anos, foi o quadro depressivo grave, além de ideação com planejamento suicida persistente e risco de autoagressividade grave.
O laudo da saúde de Maria do Carmo foi entregue ao STF pela Gerência de Perícias em Psiquiatria Forense da Secretaria de Estado e Segurança Pública do Estado de Mato Grosso.
“A paciente tem choro fácil com ideação suicida com planejamento de morte. Apresenta um hematoma extenso em região frontal da cabeça devido golpes auto infligidos”, narra o especialista no diagnóstico que fez o ministro permitir que a idosa volte para casa, que estava num presídio no Mato Grosso desde 06.06.2024.
No documento com data de quarta-feira, 17 de julho, Moraes autorizou a saída com uma série de medidas cautelares, dentre elas uso de tornozeleira eletrônica. O ministro deixa claro que a ré só poderá sair de sua casa em Tangará da Serra, MT, para fins de tratamento médico, com comprovação nos autos.
A patriota foi condenada pelo plenário do STF a pena de 14 anos e 100 (cem) dias-multa, cada dia-multa no valor de 1/3 (um terço) do salário-mínimo, por Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado, Dano Qualificado, Deterioração do Patrimônio Tomado e Associação Criminosa Armada.
A ré também foi condenada ao pagamento do valor mínimo indenizatório a título de danos morais coletivos de R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais), a ser adimplido de forma solidária pelos demais condenados.
PRISÃO EM 8 DE JANEIRO
A prisão preventiva sofrida pela Maria do Carmo no mês passado foi a segunda. A primeira vez foi em 8 de janeiro do ano passado ao se proteger de bombas e tiros da polícia na Praça dos Três Poderes entrando em um dos prédios da República. Foi presa lá dentro!
Só depois de sete meses presa no Presídio Colmeia em Brasília, a professora aposentada conseguiu voltar para a sua casa em Tangará da Serra. No presídio passou por todo tipo de humilhação, fome e privações.
“Ainda bem que me deixaram passar com a minha arma muito poderosa, a Bíblia, porque atribuo a isso o fato de não ter sido atingida por bombas e tiros, pois ali naquele descampado eu era um alvo muito fácil. Nem mesmo quem estava ao meu lado foi atingido, porque os fortes ventos mudavam a direção dos projéteis lançados em nós. Eu segurava a Bíblia e a A Palavra de Deus tem poder”, me disse Maria do Carmo numa entrevista no início do ano, quando usava tornozeleira e estava em liberdade provisória.
“Terrorismo foi o que nós sofremos em Brasília! Antes de dar a voz de prisão, a Tropa de Choque tirou para fora cinco homens que estavam entre nós, dizendo: Esse é dos nossos, pode sair! E lhe mostrava a direção da porta! Isso eu vi por que não obedeci como os outros patriotas e continuava de pé orando”, disse naquela ocasião.
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