Criança adoece pela ausência do pai preso pelo 08/01
Ana Maria Cemin – Jornalista
14/12/2023 – (54) 99133 7467
João Octávio tem só 5 anos e vive o trauma de estar afastado do pai, que acabou preso pela operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, mesmo sem ter ido a Brasília para se manifestar. Foi à capital federal para ficar com a família da esposa. Filho único, João Otávio formou na pré-escola no dia 12 de dezembro, num clima de profunda tristeza pela ausência do pai.
“Por sete meses tentei esconder a verdade dele, porém é uma criança muito esperta e está em avaliação por suspeita de altas habilidades. Há três meses iniciou acompanhamento psicológico por ter passado por diversas crises de ansiedade e pânico. Nesses momentos, ele se agredia e acabava se machucado. Foi então que a psicóloga disse que o ideal seria contar a verdade para ele. Há três semanas contei sobre o pai e ele me disse que já sabia de tudo. Depois disso, somatizou uma alergia”, relata a mãe Norda Barbosa Pinheiro Fonseca. Para resolver o problema de pele, ela tentou várias pomadas e nada teve efeito. Em consulta médica, foi diagnosticado impetigo, que evoluiu gravemente por causa emocional. Agora faz uso de antibiótico e corticoide.
BECO SEM SAÍDA
A esposa do preso político Nelson Ribeiro Fonseca Júnior não sabe mais o que fazer para mostrar que o marido tem uma índole incapaz de fazer qualquer ato de vandalismo. Associada a essa dor, ela não sabe como acalmar o filho pequeno que convivia diariamente com o pai e está adoecendo dia a dia.
A história de Nelson é mais um dos muitos absurdos que aconteceram em Brasília em 8 de janeiro e que não fazem o menor sentido analisado do ponto de vista jurídico. Os advogados de defesa se sentem de mãos amarradas.
Ele estava em visita a familiares em Brasília e só foi até a Praça dos Três Poderes, entre 15h30 e 16h, porque soube pelas mídias que algumas pessoas estavam feridas na Esplanada. “Se deslocou até o local para ajudar, porque sabia que alguns de seus amigos de Sorocaba tinham feito uma caravana para a manifestação”, diz Norda.
No meio da confusão, Nelson viu uma bola assinada por Neimar e tentou entregar para a polícia que se negou a receber naquela ocasião. Voltando para Sorocaba, foi com a esposa até a Polícia Federal e entregou a bola que pertencia à galeria de presentes do governo.
Para a sua surpresa, em 17 de março a Polícia Federal foi até a sua casa e o levou para o presídio, onde permanece até o momento com profunda depressão e sem as suas medicações. Atualmente está preso no Centro de Ressocialização, no município de Limeira, SP.
Você pode ler mais sobre a dramática experiência dessa família de brasileiros acessando o link: 260 dias preso: “Meu filho não para de chamar pelo pai” – Ana Cemin (bureaucom.com.br)
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