
Ana Maria Cemin – 27/02/2025
Ontem foi um dia de despedidas na família da presa política Juliana Gonçalves Lopes Barros, 34 anos, mãe de Eva de 7 anos, Davi de 8 anos e João Guilherme de 17 anos. Mesmo com o seu processo em fase de julgamento do primeiro recurso da defesa junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), com data de término para amanhã, dia 28 de fevereiro, Juliana foi recolhida à Unidade Regional Prisional Feminina localizada em Luziânia, GO.
Ela foi condenada pelos ministros do STF a 17 anos de prisão ainda em dezembro do ano passado por estar em Brasília em 8 de janeiro de 2023, quando ocorreu a depredação dos prédios da República.

A prisão de Juliana pela Polícia Civil ocorreu diante dos três filhos, na tarde de ontem , quando foi levada para uma delegacia de polícia e, depois, conduzida para o presídio. A patriota já tinha sido presa em Brasília, onde ficou 84 dias junto com outras manifestantes de 8 de janeiro. Agora, Juliana estará entre criminosas de verdade.


Até ontem, Juliana era dona de casa e responsável por cuidar de todos os detalhes da vida das crianças. Mesmo utilizando a tornozeleira eletrônica, e restrita por uma série de exigências do Supremo, ela dava conta de tudo e mantinha-se cumprindo rigorosamente todas as cautelares.
“Minha esposa nunca teve uma falta que justificasse ser presa preventivamente, sempre foi cuidadosa com todas as exigências do STF para garantir a sua presença na família, enquanto aguardava o trânsito do processo no Supremo. Não entendo o motivo de terem levado Juliana antes dos recursos da defesa, porque ela nunca deu qualquer sinal de querer fugir”, diz o marido Paulo Henrique Barros Dias, 33 anos.
Paulo é barbeiro em Valparaíso de Goiás, onde a família reside, que fica a 24 km de onde a presa política encontra-se desde ontem. “Nossa família não entende a razão dessa prisão preventiva, as crianças não dormiram a noite toda por estarem em estado de choque. A impressão que temos é que estão antecipando a execução da pena”, diz, revoltada, Roberta Gonçalvez Lopes, 26 anos, irmã de Juliana.
Reunidos ao redor da mesa com a Dr. Valquíria Durães, na noite de quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025, a mãe de Juliana, Dona Jacimara Gonçalves Vernay; a sogra, Dona Leonildes Ferreira Barros; a irmã Roberta Gonçalves Lopes; o marido Paulo Henrique Barros Dias; e os filhos João Guilherme, Davi e Eva tomaram conhecimento de que nada pode ser feito para tirar Juliana da prisão.


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