Ana Maria Cemin – Jornalista – 21/06/2024
Dois dias atrás, em 19.06.2024, noticiei que o soldador Gilberto da Silva Ferreira, 49 anos, não vê a sua família há um ano e três meses, desde que foi recolhido à Penitenciária Estadual de Canoas (PECAN), RS, por determinação do STF. Motivo da prisão: ter participado de uma excursão a Brasília e ter estado na Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023.
Ao acordar na manhã de hoje, 21.06.2024, encontrei uma mensagem em meu celular da esposa de Gilberto, Elisandra Marques, 42 anos. Ela queria contar que no sábado ela poderá vê-lo.
Transcrevo aqui a mensagem de voz para que você possa entender o nível de tortura a que essa família foi submetida e a importância desse encontro:
“Boa noite…já são 24h14min. É só para falar…Hoje (20.06.2024) ligaram da PECAN para dizer que deram a segunda dose da vacina Covid para o meu marido. Então, sábado (22.06.2024) eu vou poder ver ele. Vou poder fazer visita depois de um ano e três meses. A gente pode pensar que uma visita não é nada, mas só poder ver ele é muita coisa. Em 30 anos de casados a gente nunca ficou longe…O meu sogro também ficou aliviado com essa notícia e parou de chorar. Ontem foi um dia que meu sogro chorou bastante e diz que sente muita saudade do Gilberto. A nossa filha, que completa 15 anos no mês que vem, também vai poder ver ele, pois o segundo final de semana do mês é reservado à visita das crianças. Eu sei que não é uma vitória ainda, mas para nós já é uma grande coisa”.
A família de Gilberto é de Nova Santa Rita, RS, e vive o trauma por ter assistido a prisão do mantenedor do lar pela Polícia Federal, cumprindo mandando do ministro Alexandre de Moraes. O primeiro acesso ao preso político será neste sábado, um longo tempo de ausência e distância. Ele não foi acusado formalmente, nem julgado ou condenado, mas está no presídio como um criminoso, entre pessoas que de fato cometeram crimes e são perigosas para a sociedade.
Você pode ler matéria de Gilberto, com todas as informações obre o fato, quem ele é e a barra que a família enfrenta no site www.bureaucom.com.br. São mais de duas centenas de relatos de pessoas que passam pelas aflições do 8 de janeiro até hoje.
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