Ana Maria Cemin – Jornalista – 02/08/2024
As situações de prisões de patriotas do INQ 4921 surpreendem a cada dia e um caso que chama atenção é a ordem de prisão de Geraldo Pereira da Silva Filho, 51 anos. Desde que foi expedido o mandado de prisão ele permanece escondido e pediu para que a sua defensora providencie os devidos esclarecimentos para que não retorne ao cárcere. Ele sabe que não fez nada de errado!
“Consta no mandado de prisão que Geraldo teria descumprido a cautelar de assinatura no fórum de sua comarca. Isso me causou espanto, porque ele envia para mim os comprovantes de apresentação sempre que retorna do fórum, todas as segundas-feiras. Além disso, me comunica sobre qualquer intercorrência que eventualmente venha a acontecer, porque ele deseja estar em dia com as exigências do Supremo Tribunal Federal”, relata a advogada que faz a sua defesa, Dra. Taniélli Telles de Camargo Padoan.
Ao analisar o despacho da prisão pelo ministro Alexandre de Moraes, Dra. Taniéli observou que o seu assistido estava comparecendo em uma comarca diferente da citada no mandado prisão, e providenciou os esclarecimentos à corte. Geraldo vai todas as segundas-feiras, desde 25 de janeiro do ano passado, ao Fórum da Vara de Execuções Penais da Capital do Rio de Janeiro e não ao Juízo da 2ª Vara criminal da Comarca de Nova Iguaçu, RJ, como consta no mandado.
“O meu cliente cumpriu com as cautelares e creio que o ministro Moraes deve acatar o pedido de cancelamento do mandado de prisão. Também informei nos autos que tramita junto à Procuradoria Geral da República o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) de Geraldo”, conclui a advogada.
“Sou preso político de 9 de janeiro. Fiquei 14 dias na prisão e, desde então, cumpro medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica. Vou todas as segundas-feiras até o fórum do centro do Rio de Janeiro me apresentar. Fiquei ciente que tinha um mandado de prisão no meu nome e comuniquei a advogada sobre o erro do local de comparecimento. Nunca fui comunicado que estava comparecendo em local errado e tenho todos os comprovantes de comparecimento. Sou caminhoneiro autônomo e não consigo trabalhar devido às medidas impostas. Estou vivendo com ajuda de familiares”, desabafa Geraldo.
Ele diz que viajou para Brasília em 6 de janeiro do ano passado e, como o carro quebrou, chegou na capital federal somente na madrugada do dia 8. “Eu estava muito cansado, acordei muito tarde. Ao chegar próximo à Esplanada vi ao longe muita fumaça de bomba e confusão, então voltei para o QG. Não fui para participar de bagunça. Pretendia sair cedo e voltar para a minha cidade, mas ao acordar percebi que o exército tinha isolado o local e fomos todos levados para ônibus. Recebi voz de prisão sem entender nada, pois manifestar de forma pacífica nunca foi crime no Brasil”, avalia.