Ana Maria Cemin – Jornalista
19/02/2024 – (54) 99133 7567
Ela me conta que o sofrimento vivido desde 8 de janeiro é inexplicável, porque foi a Brasília com o objetivo de defender princípios e valores para o nosso País. Naquele dia, ela portava consigo uma Bandeira do Brasil e uma garrafa com água. Ela não consegue entender que crime cometeu para receber uma pena de 14 anos de prisão. Como consequência de tanta pressão, a presa política desenvolveu uma doença emocional chamada “DESIDROSE”, que se manifesta por meio de bolhas pelo corpo, em especial mãos e pés. Coça muito e depois descasca a pele.
Viviane dos Santos tem 36 anos e é de Campos Novos Paulista, SP, onde atualmente trabalha na roça com capina, isso quando tem serviço É mãe de um bebê de 3 anos e de uma adolescente de 16 anos. O seu julgamento iniciou em 16 de fevereiro e vai até o dia 23 de fevereiro, no formato virtual. O voto do ministro relator Alexandre Moraes é para condenação de 14 anos, o que parece ser uma regra: os presos políticos do Inquérito 4922 estão sendo condenados, em sua maioria, a 14 ou 17 anos.
A sua prisão ocorreu no dia 8 de janeiro dentro do Palácio do Planalto, para onde correu para se abrigar das bombas e tiros vindos de helicópteros. Naquele momento de ataque intensivo, ela via muitos machucados sangrando, o gás de pimenta era muito intenso e muitos correram para dentro do prédio como forma instintiva de proteção as suas vidas.
Ela passou 7 meses presa no Presídio Colmeia e segue em prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica desde o dia 8 de agosto. Esse tipo de mecanismo impede que sua vida profissional volte a ter regularidade. Outras medidas cautelares, como a obrigatoriedade de assinar no Fórum todas as quintas-feiras também é outro impeditivo para ter carteira assinada. Também está proibida de sair de casa nos finais de semana, o que lhe impede de ir à Igreja.
O medo de voltar ao cárcere é muito grande. Numa situação em que passou mal em final de semana e precisou ir até uma Unidade Básica de Saúde, Viviane foi notificada pelo sistema de monitoramento e precisou apresentar o prontuário médico para comprovar que realmente tinha ido ao médico.
Viviane teme muito ser presa!
MORAVA EM FLORIANÓPOLIS
Até acontecer o 8 de janeiro, Viviane morava em Florianópolis, SC, mas depois que saiu da prisão em 8 de agosto de 2023 ela voltou para a casa dos pais em Campos Novos Paulista. Ela trabalhava na capital de SC numa gráfica. Viviane também trabalhou numa agência de RH.
O trabalho na roça, que hoje lhe dá sustento, aprendeu com a mãe aos 14 anos. Mãe e filha roçavam juntas e a menina estudava à noite. Com muito sacrifício Viviane conseguiu terminar os estudos e, em seguida, fez um curso de departamento pessoal em uma agência de RH na cidade de Marília, SP.
Viviane também trabalhou uma charcutaria para três donos diferentes. Iniciou com limpeza, mas evoluiu para a produção e tornou-se supervisora. Nesse tempo, a empresa de charcutaria foi vendida duas vezes e ela seguiu trabalhando com donos diferentes. Isso revela muito da dedicação e empenho dessa profissional.
Sinto vergonha de ser brasileiro. Uma corja de bandidos são agora a lei deste país. O povo brasileiro calado festejando o Carnaval. Não entendo mais nada. Só sofro.
Não há senadores neste país que virou casa da pqp.
Vivemos num espaço onde MP, OAB e ” representantes do povo” se omitem de maneira tal que parece que não vivermos num estado de exceção.
Alguém tem CORAGEM de solicitar uma junta médica pra atestar a loucura do cabeça de ovo.
Imagino as capivaras que esse cara tem pra imobilizar tantos.
CORAGEM PATRIOTAS NOSSA LUTA NÃO SERÁ EM VÃO.
Minha solidariedade e oração por todos.