Ana Maria Cemin – 26/09/2024
Por um erro do Supremo Tribunal Federal, Kelson de Souza Lima, 30 anos, foi preso em 24 de junho. Somente no dia 24 desse mês, três meses depois, o ministro Alexandre de Moraes expediu alvará de soltura, que foi encaminhado à direção do Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne/CE, onde ele se encontrava preso.
No mês de junho, Moraes determinou que todas as centrais de monitoramento do Brasil enviassem ao STF, no prazo de 24 horas, informações sobre todos os monitorados do Inq. 4921, o que incluía o Kelson. Ao invés de enviar o pedido de informação sobre Kelson para a Comarca de Massapê, CE, onde ele se apresentava regulamente desde 19 de setembro do ano passado, o STF solicitou informações sobre o investigado à Comarca de Jundiaí, SP, que prontamente informou o não comparecimento de Kelson.
A advogada de defesa, Dra. Taniéli Telles de Camargo Padoan, entrou com pedido de revogação de prisão na terça-feira, 17 de setembro, informando que “Kelson tem cumprido todas as imposições estabelecidas pelo STF desde a revogação de sua prisão de março de 2023. Essa nova prisão é um erro que precisa ser reparado”.
Kelson era morador de rua antes de se tornar um preso político.
“Desde meados de 2022, Kelson vivia em situação de rua em Brasília. Com o surgimento do movimento em frente ao quartel, após as eleições presidenciais, ele foi acolhido pelos patriotas no QG, inclusive lhe deram uma barraca.
Em 9 de janeiro, com o fim do QG determinado pelo Governo Federal e o recolhimento dos patriotas para os presídios, Kelson foi junto. Do Presídio Papuda, Kelson saiu com tornozeleira em 13/3/2023, para permanecer em liberdade provisória até ser julgado, fato que não ocorreu até hoje, passados mais de 20 meses do ocorrido.
Ao sair do presídio, por não ter para onde ir, foi para Jundiaí, SP, na casa de sua irmã onde permaneceu por um tempo. O fato é que além da situação de rua, Kelson também apresenta transtornos psicológicos, tanto que num dos surtos ele cortou a tornozeleira e foi internado um hospital psiquiátrico. Porém, depois da alta médica, a tornozeleira eletrônica foi recolocada.
Em agosto do ano passado, diante dos surtos de Kelson, a irmã colocou o rapaz para fora de casa, que voltou a morar na rua, dessa vez em Jundiai. Uma tia residente em Massapê, CE, comovida com a situação, garantiu que se ele fosse para a sua cidade conseguiria lhe ajudar com moradia.
De fato, ele conseguiu ajuda de aluguel social e encontrava-se cumprindo as suas cautelares religiosamente até ser recolhido ao presídio novamente, a partir de uma decisão equivocada da Suprema Corte”, relata Dra. Taniéli.