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SOCORRO! PRECISAMOS DE AJUDA URGENTE!

Edição de Ana Maria Cemin – 07/12/2024

“Ao escrever essas linhas, me encontro com a minha vida, e a dos meus familiares, virada do avesso pelo simples fato de eu ter despertado de um transe de demência; por não ter percebido e por ter contribuído (sem perceber) para que o meu País, que tanto amo, chegasse ao caos total de desinformação, como se encontra atualmente com esse desgoverno de esquerda.

Nasci em 1969, numa região onde as pessoas são fortemente doutrinadas pela esquerda. E nesse mundo de demência em que me encontrava, eu não percebia nada, mas despertei. Igual a história do sapo dentro da vasilha de água fria que vai esquentando aos poucos… Eu tive um insight e consegui enxergar que deveria mudar a forma de pensar e entendi que, com o meu voto consciente, teríamos um Brasil melhor.

Por manifestar uma opinião contrária ao atual presidente me encontro exilada em outro país, com os meus bens bloqueados, com o meu cargo público na Prefeitura dado como abandonado; e com o meu negócio de autônoma MEI de 6 anos encerrado.

Estou aqui na Argentina com o meu pedido de exílio político em dia; com o meu DNI, que é a documentação definitiva daqui em dia. No entanto, perdi o trabalho que vinha exercendo há 45 dias com venda de cachorro-quente num carrinho na rua. Tudo por ter medo, por estar insegura e acuada. Sou perseguida pelo meu algoz do Brasil. O mesmo que me tirou a liberdade, minha alegria, minha família, meu conforto, minha pátria e, agora, também quer tirar a minha memória afetiva, algo de um valor inestimável, que é a parte do terreno de herança que me coube, e que costumo dizer que é de estimação, porque é onde cresci, onde está toda história de minha vida. Local este onde deixei minha filha com meus três netos em situação vulnerável, morando muito mal, por se tratar de um barraco para o trailer, para que ela não pague aluguel. Minha moto, uma Honda bis, que já está comigo há 14 anos está bloqueada até para circulação.

Pintar rostos era uma das atribuições da patriota no QG.

A única certeza é a incerteza do meu amanhã. Precisamos que alguém daqui da Argentina ou do Brasil faça algo por nós. Que restitua as nossas vidas e as liberdades, seja pelo exílio político definitivo ou a anistia. Eu, aos 55 anos, me considero resistente e até jovem perante a boa parte dos patriotas que aqui estão, que são idosos. Outros são mais jovens, mas estão abalados emocionalmente.

Nós pedimos SOCORRO! Não somos bandidos, nem criminosos, nem estupradores… Somos  pessoas de bem e sonhamos com um País melhor para os nossos filhos e netos, e demais gerações.

A vida agora na Argentina é assim: tudo empacotado para sair correndo do local onde se encontram por medo. A vida ficou ainda mais difícil com a prisão de cinco presos políticos na Argentina no mês de novembro.

Sou Rosângela Maria Ronconi, 54 anos, natural e residente em Ji-Paraná, Rondônia, cristã conservadora, funcionária pública, autônoma proprietária de trailer de lanche, que, com muita dificuldade criei dois filhos que me deram cinco netos.

Nos meses de novembro e dezembro de 2022, fizemos um movimento pacífico em prol de Deus, Pátria, Família e Liberdade, todos os dias às 15h, na minha cidade. Eu fechava a lanchonete e ia para a manifestação expor a minha opinião sobre as pautas em ação no Brasil que iam contra os costumes das famílias brasileiras.

Participei desse movimento em que a maioria são pessoas comuns, pais, mães, avós e bisavós. Pessoas sem passagens pela polícia, com endereço fixo e emprego. Cidadãos que resolveram fazer uso de sua liberdade de expressão para se manifestar contra a corrupção, aborto, ideologia de gênero, censura, ativismo judicial e processo eleitoral manipulado e parcial.

Rosângela sempre gostou de se envolver com as crianças e fazia questão de pintar os rostinhos no acampamento dos patriotas.

Senti que somente estar na BR, no conhecido Tiro de Guerra de Ji-Paraná, não seria o suficiente para demonstrar o querer popular. Como meus netos estavam de férias, a minha filha ficaria em meu lugar na lancheria  e a minha filha poderia ficar na lancheria por cerca de duas semanas.

Na frente dos quartéis em todo o Brasil, nós mostramos a nossa indignação e clamamos para que algo fosse feito pelo nosso Brasil, que passamos a amar e respeitar com o presidente Bolsonaro.

Então parti para Brasília em 28/12/2022. Cheguei na capital federal em 30/12/22 e fiquei admirada com a organização, limpeza e ajuda mútua, de pessoas vindas de toda parte do País. Com a posse do Lula, houve um chamamento geral para fazermos uma manifestação no período de 08 a 10/01/23. Faríamos uma marcha por aproximadamente 8 km rumo à Praça dos Três Poderes, partindo do QG.

Milhares de pessoas se deslocaram de várias partes do Brasil para participar da marcha em oração. Naquele 8 de janeiro, eu saí com a bandeira brasileira e carreguei uma imagem da Nossa Senhora Aparecida e um rosário na mão, entoando o Hino Nacional.

Antes de chegarmos na Praça dos Três Poderes fomos revistados pela polícia, que nos acompanhou na marcha ordeira e organizada. Só que, ao chegarmos no local, observamos que havia gente dentro dos prédios da República, o que provocou tumulto. Eram pessoas infiltradas entre nós para macular a nossa manifestação pacífica.

Imagem da patriota com uma Nossa Senhora nas mãos é motivo de condenação por cinco crimes contra a pátria.

Quando estávamos na praça, bombas de gás foram lançadas contra todos nós, de forma indistinta. Eu, como os demais cidadãos brasileiros, me refugiei no interior dos prédios para me proteger. Fomos inclusive recepcionados por policiais que permitiram a nossa permanência no interior das casas.

Após algum tempo nos vimos numa situação de guerra, com muitas bombas, correria e tumultuo. Nós saímos escoltados dos prédios por policiais e foi assim que consegui retornar ao QG naquela noite, com medo de tudo e de todos, e sem entender o que havia acontecido.

Fomos dormir em nossas barracas certos de que estávamos protegidos pelo Exército Brasileiro e amanhecemos dentro de um cenário totalmente diferente do que tínhamos vivenciados por 60 dias. Os policiais vestiam trajes de choque e cercaram todo o QG, formando um paredão humano, sob a alegação de que estavam nos protegendo.

Naquela manhã fomos enganados! Cerca de 2 mil pessoas foram “sequestradas” em frente ao QG e induzidas a adentrar em ônibus no prazo de uma hora. Eu estava nessa multidão. A polícia deixou muito claro que aquela era a única forma de sair do QG e, posteriormente, depois da triagem cada qual poderia voltar para casa.

Fomos encaminhados à Academia Nacional da Polícia Federal, que ficou conhecido como Campo de Concentração, numa alusão à prática nazista, com uma só alimentação por mais de 12h, num ambiente totalmente insalubre e aterrorizante pela quantidade de pessoas que lá se encontravam.

No desespero, por saber que seria condenada e voltaria para o presídio, a patriota sai do Brasil, onde se encontra escondida, sem poder trabalhar.

De lá, fomos levados para presídios femininos e masculinos, sem qualquer individualização de conduta,  como para um matadouro, em celas destinadas para quatro a seis pessoas, mas onde colocaram entre dez e 22 patriotas. Fomos presos sem o devido processo legal, sem voz de prisão, sem corpo de delito e sem o direito a um advogado no momento da prisão.

Após aproximados 15 dias, tive uma “suposta” audiência de custódia por vídeo, sem antes ter conversado com o meu advogado para conversar e já com prisão preventiva determinada.

Fiquei no presídio feminino de segurança máxima Colmeia, em Brasília, por quatro meses sem denúncia. E mesmo sem ter finalizado os recursos e as investigações a denúncia foi aceita.

Fiquei longe dos meus familiares e sem contato pessoal ou por telefone, e sem visitas por motivo da distância de aproximadamente 2.600 quilômetros entre a minha cidade natal e Brasil.

PERSEGUIÇÃO

Mesmo tendo moradia fixa, nunca ter passado por processos prisional ou investigação, ser ré primária, ser natural na cidade em que trabalho e resido, ser funcionária pública empossada em 03/01/2024, ter CNPJ de MEI, ser mãe, avó e não possuir qualquer privilégio fui processada criminalmente na última instância da justiça brasileira, a Corte Suprema, sem direito à fiança, tirando a possibilidade de um duplo grau de jurisdição. Não tive os meus direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal e pelos tratados internacionais de Direitos Humanos, o qual o Brasil é signatário. Tive o meu passaporte e o visto americano cancelados.

O pouco que Rosângela conseguiu na vida, em termos materiais, foi tirado pelo Supremo Tribunal Federal: local onde tinha sua lancheria e uma moto.

Quando estive no presídio, recebi uma alimentação terrível azeda e parcialmente crua, com larvas, vidros, crua, azeda. Quando recebia legumes, eram apenas as cascas. Ainda sem denúncia me incluíram no Inquérito 4921 dos patriotas que foram presos no QG, um processo sigiloso, com acesso negado aos advogados.

Após os quatro meses de prisão, sai em liberdade provisória em 07/05/2023 com tornozeleira eletrônica para ser monitorada 24 horas por dia, além de cautelares absurdas: toda semana, nas segundas-feiras, fui obrigada a assinar no fórum;  fui proibida de entrar em qualquer tipo de redes sociais ou falar em redes sociais e mídias televisionadas; estar em casa das 19 horas da noite às 6 horas da manhã; e nos finais de semana ficar em prisão domiciliar, sem poder, inclusive, ir à missa. Todas as regras, sem exceção, foram cumpridas por mim por exatos doze meses.

Rosângela vive longe das pessoas que mais ama.
Rosângela educou a família para valores e princípios, com base nos ensinamentos cristãos.

Durante este período, através de petições, consegui a liberação para ir à missa aos domingos pela manhã e tive negadas várias petições para fazer uma ressonância magnética, devido a um pólipo endometrial que necessitava de uma avaliação e cirurgias. O exame só foi liberado após a morte na prisão de um patriota, o Clériston Pereira da Cunha.

Em janeiro de 2024, assumi meu cargo como funcionária pública do meu município, mediante aprovação em concurso. Nada constava contra mim e todas as minhas certidões estavam em ordem, apesar de viver com uma tornozeleira eletrônica de bandido.

No dia 27/05/2024, o meu processo foi migrado para o 4922, dos patriotas que haviam sido presos dentro dos prédios da República no dia 8 de janeiro. O Ministério Público e o STF usaram para isso duas imagens que eu mesma fiz no interior do prédio segurando a Nossa Senhora Aparecida e o meu rosário. É inútil explicar que eu estava naquele local para me proteger dos gases sufocantes das bombas.

Em desespero, pela inesperada mudança dos processos, e sabendo que para os patriotas do 4922 a prisão seria por aproximadamente 17 anos e em regime fechado, resolvi sair do Brasil.

Sai pela Bolívia e cheguei à Argentina em 05/06/2024 para pedir proteção e asilo político. Se estivesse no meu País, hoje eu estaria novamente recolhida à prisão.

MINHA VIDA ANTES DE 8 DE JANEIRO

Cresci numa família de origem Italiana, com costumes e princípios bem rigorosos no que diz respeito ao caráter, respeito, humildade, religião entre outros. Na minha casa mais valia uma palavra do que um papel em si.

Fui ensinada pelos meus pais e, consequentemente, ensinei aos meus filhos e netos, a importância de honrar a palavra e ter um nome ilibado, independente da situação financeira em que me encontrasse. A palavra e a boa reputação do nome, dentro desses ensinamentos, me levaria onde quisesse e a lugares inimagináveis.

E isso é verdade. Eu, uma simples autônoma de MEI, microempreendedora individual de um trailer, consegui a “proeza” de conseguir o meu passaporte com visto americano. Foi sorte? Não sei! O fato é que eu nunca me envolvi em situações que prejudicassem a minha vida social, profissional e compromisso com as leis do meu País.”

Assim como os demais presos políticos, Rosângela quer voltar para casa, para os filhos e netos. Quer continuar fazendo o que sempre fez: trabalhar e honrar os seus antepassados. Jamais imaginou ser perseguida por discordar do governo atual.

2 comments

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Márcio Castro Rodrigues

Triste de mais….

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Marcos Santos

Eu diria que é inacreditável, porém sei bem, que não é. Uma justiça desequilibrada prendendo pessoas trabalhadoras.
E com um caráter ilibado, como da dona, Rosângela. Só Deus para proteger, pois sabemos que não está fácil.

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