Ana Maria Cemin – Jornalista – 05/06/2024
Nesta terça-feira, 5 de junho, o preso político Pedro Emílio Carpichio Armand, 26 anos, voltou para casa, depois de passar uma segunda temporada no cárcere. Ele foi recolhido à carceragem da Polícia Federal de São Paulo no dia 3 de abril desse ano por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O advogado de Armand, Dr. Hélio Junior, encaminhou o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) para encerrar o processo e liberar o seu cliente dessa prisão preventiva.
Armand foi preso com as acusações do inquérito 4921 que, a princípio, não levariam à condenação de prisão em regime fechado. Porém, como a prisão de abril pelo não cumprimento das medidas cautelares da liberdade provisória, a melhor opção foi fazer o acordo. “Nós entendemos que ele é inocente, não cometeu qualquer crime, e meu cliente sabe disso e isso o deixa aflito, com o emocional profundamente desgastado”, diz o advogado.
PRISÃO DE ABRIL E RISCO DE SUICÍDIO
A ativista Maria Ferreira e amiga de Armand alertou, ainda em abril, sobre o emocional abalado do preso político que não aceitava o uso de tornozeleira eletrônica. Maria conheceu Pedro Emílio no QG do Ibirapuera, no Comando Sudeste. Ele é ator e não trabalha. Vive com a mãe e a avó, mas nunca teve atendimento para o seu emocional frágil.
“Ele é um menino, com uma idade mental de adolescente, apesar dos 26 anos. Ele conta que seu pai era policial e morreu em serviço para proteger a Nação e que ele acredita ter o mesmo compromisso. É um menino que sonha com um País lindo”, descreve.
“Fiquei sabendo que ele estava preso em Brasília quando li a lista de pessoas que foram de ônibus do nosso QG para lá. Fiquei surpresa por ele ter ido e tenho certeza que foi por impulso porque todo mundo estava indo para lá. Quando saiu, busquei ele na rodoviária e até mesmo acompanhei ele no primeiro dia de Fórum para assinar. Desde então, passei a dar apoio emocional, razão pela qual tenho convicção de que algo grave vai acontecer com ele se não for tratado de maneira adequada, levando em conta que ele está com um problema psicológico grave”, diz Maria, com muita tristeza e angústia.
Publicar comentário