
Ana Maria Cemin – 12/03/2025
Antônio, Clériston, Giovanni, Eder, Kleber e Jony são os seis patriotas que estavam em Brasília na manifestação de 8 de janeiro e já não estão entre nós. Essas pessoas estão entre as mais de 2 mil perseguidas pelo Estado Brasileiro desde a manifestação que acabou com depredações, ainda não explicadas. Morreram sem que a justiça fosse feita.
1º FALECIDO

O primeiro preso político a morrer foi Antônio Marques da Silva, operador de máquina de terraplanagem em Barra do Garças, município do Mato Grosso. Morreu por conta de um acidente num “bico” que fazia, que consistia em conserto de um telhado. A queda ocorreu em 29/10/2023, data em que faleceu. Ele deixou a viúva Simone com duas crianças pequenas, que hoje enfrentam muitas dificuldades.
Antônio não pode mais exercer a sua profissão em função do uso da tornozeleira e das restrições. Para viver, começou a aceitar os trabalhos que surgiam, mesmo não sendo especialista.
2º FALECIDO

O segundo a falecer foi Clériston Pereira da Cunha em 20/11/2023 e foi o que mais repercutiu pelo fato dele ter morrido dentro da Penitenciária da Papuda, sendo que já havia manifestações do Ministério Público para que ele saísse em liberdade provisória, o que não foi atendido pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele é utilizado como símbolo dessas prisões injustas.
3º FALECIDO

A terceira morte foi de Giovanni Carlos dos Santos, de São José dos Campos, SP, em 24/01/2024, quando caiu durante um serviço temporário (bico) de corte de galhos de uma árvore. Os patriotas da cidade organizaram o seu sepultamento e até hoje sentem muito pela morte de uma pessoa de tão boa índole, também limitado pelo uso da tornozeleira por ocasião da morte.
4º FALECIDO

Em 02/03/2024, faleceu o caminhoneiro Eder Parecido Jacinto, que estava com tornozeleira desde que saiu do Presídio Papuda. Ele tinha o seu próprio caminhão e, ao fazer a manutenção, caiu quebrando o fêmur e machucando a coluna. O fato ocorreu pouco antes do Natal de 2023, conforme relato da filha. Desde então, ele foi atendido inúmeras vezes no Hospital Regional Público do Araguaia, em Redenção, PA, mas os problemas foram se avolumando com o passar das semanas para quadros mais graves, como paralisação dos rins, hemorragia no estômago e complicações do fígado. Ele entrou em coma e faleceu com infecção generalizada.
5º FALECIDO

Kleber Freitas foi encontrado morto na residência dos pais em Borrazópolis, PR, em 10/05/2024. Os familiares o encontraram caído e acionaram a Polícia Militar. Kleber era servidor público, atuava como técnico em Radiologia, era casado e pai. Ele se sentia injustiçado e não aceitava a forma como o Estado Brasileiro tratou os manifestantes de 8 de janeiro.
6º FALECIDO
O morador de Araponga, Planaltina, DF, Jony Figueiredo da Silva foi o sexto preso político de 8 de janeiro a morrer. O falecimento se deu no hospital de Planaltina às 7h30 de 27/09/2024, por parada cadiorrespiratória, edema agudo nos pulmões e cardiopatia valvar (prótese). Até falecer, Silva utilizava tornozeleira eletrônica e comparecia regularmente no fórum para assinar, conforme exigência do Supremo Tribunal Federal (STF), para permanecer em liberdade provisória até o seu julgamento virtual.
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