Ana Maria Cemin – 10/12/2025
Em 6 de outubro, a defesa de Rodrigo Raul Pereira Tara, condenado a 14 anos pelo 8 de janeiro, solicitou ao Supremo Tribunal Federal a concessão de prisão domiciliar. O argumento central é que Tara sofre de Síndrome de Guillain-Barré, doença autoimune que compromete gravemente o sistema nervoso e pode colocar sua vida em risco dentro do sistema prisional.
Segundo os advogados, Tara apresenta quadro de polirradiculoneuropatia inflamatória, com sintomas como fraqueza muscular, dificuldade de movimentação dos braços e pernas, além de risco de insuficiência respiratória. A defesa sustenta que o ambiente carcerário não oferece condições adequadas para o tratamento da doença, que exige acompanhamento médico contínuo e, em casos graves, suporte hospitalar intensivo.
Diante disso, o ministro Alexandre de Moraes deu prazo de 48 horas para que o preso fosse submetido a uma junta médica, responsável pela elaboração de laudo. Isso ocorreu ainda em outubro. O Juízo da Vara de Execuções Penais de Campinas/SP e a direção da unidade prisional foram oficiados para providenciar o exame. Somente após a juntada do laudo, os autos serão encaminhados à Procuradoria-Geral da República, que terá cinco dias para manifestação.
O que é a Síndrome de Guillain-Barré
A Síndrome de Guillain-Barré é uma condição rara e grave, caracterizada por uma reação autoimune em que o organismo passa a atacar os próprios nervos periféricos.
- Principais sintomas: fraqueza progressiva, formigamento, dor, dificuldade para andar, falar ou engolir.
- Complicações possíveis: paralisia total, insuficiência respiratória, arritmias cardíacas e risco de morte.
- Tratamento: imunoglobulina intravenosa ou plasmaférese, além de fisioterapia intensiva.
- Gravidade: cerca de 20% dos pacientes necessitam de ventilação mecânica; a taxa de mortalidade varia entre 3% e 7%.
Por sua evolução rápida e potencialmente fatal, a síndrome exige internação hospitalar imediata e monitoramento constante.
Decisão Judicial
Rodrigo Raul Pereira Tara foi condenado a 14 anos de prisão por crimes como golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Além da pena privativa de liberdade, foi fixada indenização de R$ 30 milhões por danos morais coletivos, a ser paga solidariamente com outros réus.
O julgamento ocorreu em junho e o trânsito em julgado da sentença foi em agosto. Em 12 de setembro, o ministro Moraes determinou o recolhimento ao Centro de Detenção Provisória de Campinas.
ANTES DE SER PRESO, RAUL TINHA CONCEDIDO UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA ONDE ELE ANALISAVA AS ACUSAÇÕES FEITAS CONTRA ELE. CONFIRA:
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