
Ana Maria Cemin – 11/03/2025
O preso político Leonardo Henrique Maia Gontijo, 34 anos, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal no dia 28 do mês passado (fevereiro) após ser acusado dos crimes de associação criminosa e incitação ao crime.
Sua pena é semelhante a todos os demais julgados e condenados pelo Inq. 4921. Ou seja, ter aula sobre democracia e temas similares, prestar serviço comunitário, cumprir com outras limitações de liberdade e pagar um valor significativo ao Estado Brasileiro. Já escrevi em várias matérias sobre essa pena, portanto sintetizo assim.
Por que Leonardo continua preso em 11 de março se ele não tem pena de prisão? Pergunto isso porque os seus advogados já entraram com pedidos de soltura de Leonardo para que ele comece a cumprir a sua pena. E nada é respondido!
Questões como essas são uma tortura para a família e para o próprio preso político, e deixam a sociedade brasileira em estado de alerta sobre o que efetivamente acontece na justiça brasileira nesse momento.

O INÍCIO DO INFERNO
Leonardo e seus amigos saíram de Itaúna, MG, onde morava na época, para acompanhar a manifestação em Brasília no começo de janeiro de 2023.
Eles foram presos por estarem no QG na manhã do dia 9 de janeiro. Do acampamento foram levados de ônibus fretado pelo Governo Federal para uma triagem na Polícia Federal e, depois de uma audiência com delegados de vários municípios chamados para esse serviço de dar ordem de prisão, foram direto para os presídios de Brasília.
Dos presídios, eles saíram com tornozeleiras eletrônicas e receberam proibições diversas que deveriam seguir à risca para não retornarem aos presídios.
Essa tem sido a tônica da vida de Leonardo e de quase 2 mil pessoas nos últimos 2 anos e 3 meses. Por entenderem que tinham o direito de participar de uma manifestação pública contra o atual Governo, iniciado em 2023, perderam as suas liberdades. Desse catastrófico 8 de janeiro submergiu a perseguição ao movimento verde-amarelo que lotava ruas em todo os Brasil. Agora parece ser oficial que cidadãos não podem ter opinião diferente do atual governo.
QUEM É LEONARDO?
Leonardo reside com seus pais e é quem sustenta a família. Trabalha com mineração em Viçosa e, eventualmente, precisa se deslocar a Ouro Preto e Belo Horizonte em função do trabalho.
Pois foi nesse ponto que o STF se apoiou para determinar que a Polícia Federal recolhesse Leonardo para a penitenciária de Viçosa em 25 de fevereiro, onde se encontra até hoje.
Os pais de Leonardo estão em desespero, porque a situação está cada vez mais crítica, com o filho preso e com trabalho atrasado, quando após o julgamento ele poderia estar em casa cumprindo a pena resultante do julgamento realizado pelo próprio Supremo, de forma virtual, no período de 21/02 a 28/02.
O que falta para o STF soltar Leonardo e permitir que ele e seus pais tenham uma vida pelo menos moderadamente normal, após o 8 de janeiro?
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