Ana Maria Cemin – Jornalista – 11/07/2024
O Supremo Tribunal Federal determinou a prisão de Hélio de Souza Matos, 51 anos, por ter trabalhado aos finais de semana. Ele está proibido de colocar o pé fora da porta em sábados e domingos, por ser um preso político de 8 de janeiro. A ordem de prisão tem a data de 9 de julho e a qualquer momento a PF baterá na casa de Matos, na Morada do Sol Nascente, Ceilândia, DF.
Matos alega que precisa trabalhar e tem acumulado contas de luz e outras despesas atrasadas. “Minha renda é menor que R$ 1.000,00 por mês. Se aparece um trabalho em final de semana, eu vou. Preciso ganhar o meu sustento. Para não me complicar, eu pego declarações dos clientes de que eu estava trabalhando e faço vídeos para enviar para a Central de Monitoramento, mas parece que isso não foi o suficiente para evitar a minha prisão”, relata Matos no dia de hoje, 11 de julho, em que está muito apreensivo.
Ele usa tornozeleira eletrônica desde que saiu do Presídio Papuda, em março do ano passado. Foi preso por estar no QG de Brasília no dia 9 de janeiro, um dia depois das depredações dos prédios públicos na Praça dos Três Poderes.
Matos é um dos mais de 2 mil presos políticos do Brasil atual. Ele está em liberdade provisória com uso de aparelho de monitoramento eletrônico até que seja julgado pelo STF. São mais de 18 meses que a sua vida está complicada pelas restrições impostas pelo Governo Federal e ele não consegue se manter adequadamente como antes, pelo preconceito. “A minha oficina ficou vazia”, diz ele.
“Além de me manter, cuido também de outra presa política que mora aqui em casa, a Maria Aparecida Silva, 38 anos. Eu a levei para o QG de Brasília para se distrair e porque lá tinha muita comida. Ela é doente e precisa de atenção e usa quatro diferentes medicações. O resultado é que ela foi presa junto comigo e hoje me sinto responsável por ela”, diz. “A minha mãe prega a palavra e conheceu a Maria Aparecida na rua. Ela se comoveu com a sua história de abandono e a trouxe para morar numa barraca no fundo da sua casa. Só que ela começou a se estranhar a minha mãe, a surtar, em função de depressão de muitos anos. E eu resolvi cuidar da Maria”, explica.
Matos é atendido pela Defensoria Pública e, segundo explica, foi feito o pedido de licença ao STF para trabalhar aos finais de semana, mas a autorização nunca chegou.
Complicado esta situação que estamos vivendo…que Deus dê força e resiliência.
E que este momento.acabe logo..
E estas pessoas que detém o poder hoje caiam logo e que possamos voltar a ter liberdade novamente.
Pois.estamos vivendo insegurança jurídica e perseguição.
E isso só acontece em países ditadores..