
Ana Maria Cemin
Depois de mais de 2 anos preso, Nelson Ribeiro Fonseca Júnior teve a sua prisão preventiva convertida em prisão domiciliar. Ou seja, Nelson ficará preso em casa e usará tornozeleira eletrônica, e a Secretaria de da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP/MA) terá a obrigação de enviar relatório semanal de monitoramento. Ele também está proibido de usar redes sociais, não pode se comunicar com pessoas ou conceder entrevistas, só pode receber visitas de seus advogados e de seus pais e irmãos, além de outras pessoas previamente autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal.
COMO A VIDA DE NELSON VIROU DO AVESSO
No dia 8 de janeiro de 2023, Nelson estava na casa do sogro em Brasília e foi até a Praça dos Três Poderes entre 15h30 e 16h para ajudar os feridos, porque tinha amigos de sua cidade na manifestação de 8 de janeiro. Lá, pegou uma bola assinada por Neimar nas mãos por estar no meio do caminho, tentou entregar para polícia que se negou a receber naquela ocasião. Voltando para a sua cidade, foi até a Polícia Federal entregar a bola da galeria de presentes e contar a sua história. Em março, a PF foi na sua casa e o levou para o presídio, onde ficou até hoje.
RELATO DA ESPOSA
“Nós estávamos em Sobradinho com a minha família e, com as notícias que ouvimos sobre as depredações e situação na Praça dos Três Poderes, o meu marido decidiu ir até lá. Tinha saído um ônibus de Sorocaba para Brasília e Nelson conhecia alguns manifestantes. Isso devia ser entre 15h30 e 16h, horário em que a depredação já tinha ocorrido. Meu marido é um homem muito solícito e ele se prontificou a ajudar quem estavam passando mal por causa do gás lacrimogêneo. Por conta disso, entrou num dos prédios, mas logo saiu. Quando saiu, pegou uma bola que encontrou no meio do caminho, jogada, e tentou entregar para policiais que estavam do lado de fora, porém eles não receberam. Ao retornarmos à Sorocaba, o meu marido foi espontaneamente até a Polícia Federal para devolver a bola e prestar depoimento”, relata Norda. Essa bola é um presente assinado por Neimar e fazia parte de uma galeria que fora depredada.

Os momentos da família, por dois anos, se resumiram em visita semanal da esposa e filho ao local onde Nelson está preso junto com criminosos.
Para surpresa do casal, no dia 17 de março a Polícia Federal chegou na sua residência com mandado de prisão. Como Nelson é provedor da casa, desde então a família passa por dificuldades, isto porque até mesmo o seguro-desemprego foi bloqueado. Como Norda não trabalha, seus pais passaram a viver com ela em Sorocaba para prover a casa desde então.
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