Além dele, cinco outros brasileiros ainda sofrem nas prisões argentinas
A decisão judicial em Buenos Aires reacendeu a esperança entre os brasileiros detidos na Colônia Penal de Ezeiza. O juiz responsável concedeu alvará de soltura a Joel Borges Corrêa, caminhoneiro de Tubarão, SC, com medidas cautelares. A cada 15 dias ele terá que se apresentar no juizado e sairá do Ezeiza monitorado com uma tornozeleira eletrônica.
Segundo a sua esposa, Miriam Cristina Alves Corrêa, nessa sexta-feira, 12 de dezembro, faltava apenas a indicação do endereço em Buenos Aires para que a libertação fosse efetivada. Foi o advogado argentino Pedro Grandin quem deu a boa notícia à família. No presídio, foi informado que, tão logo o endereço seja incluído nos autos, Joel será liberado com monitoramento eletrônico — o que pode ocorrer nas próximas horas.
Quem é Joel Borges Corrêa é natual de Tubarão, SC, caminhoneiro e pai de família. Foi preso em Brasília após as manifestações de janeiro de 2023 e passou sete meses na Papuda, onde perdeu 30 quilos. Foi condenado a 13 anos e seis meses no Brasil e buscou refúgio político na Argentina em abril de 2024. Ele vivia legalmente na Argentina, onde obteve documentação legal (DNI argentino) antes de ser detido em novembro por pedido de captura do Brasil.
Em carta divulgada pela família, publicada nesse site (Joel pede socorro de dentro do presídio – 30 de março de 2025), e em na matéria Joel passou fome na Argentina dentro da prisão (11 de dezembro de 2024) o brasileiro relatou condições degradantes na prisão argentina: 56 dias em um calabouço de 1,40m x 1,90m sem janelas e sem banheiro, banhos a cada cinco dias, apenas uma refeição diária, humilhações como caminhar nu pelos corredores e transferências dolorosas algemado por até 14 horas. Ele descreveu sofrimento psicológico intenso e pensamentos suicidas, resistindo apenas pelo amor aos filhos.
Os seis brasileiros presos na Argentina, todos sem antecedentes criminais:
- Sirlene de Souza Zanotti
- Joelton Gusmão de Oliveira
- Rodrigo de Freitas Moro Ramalho
- Joel Borges Corrêa
- Wellington Luiz Firmino
- Ana Paula de Souza
O contexto político
As prisões foram determinadas a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Apesar da decisão favorável a Joel, os demais aguardam desfecho judicial em condições duras de detenção. A possível libertação de Joel Borges Corrêa, ainda condicionada ao cumprimento das medidas cautelares, simboliza um sopro de esperança para os demais brasileiros encarcerados. Sua história, marcada por sofrimento e resistência, ecoa como um grito por justiça e liberdade.
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