
Ana Maria Cemin – 22/04/2025
A defesa de Clayton Costa Cândido Nunes, 41 anos, reiterou o pedido de prisão domiciliar para o preso político no dia de hoje, terça-feira, 22 de abril, alegando o descumprimento do prazo estabelecido pela Suprema Corte para que fosse feita uma avaliação médica oficial pela SEAPE.
O despacho do ministro Alexandre de Moraes ocorreu ainda em 17 de abril e no dia de ontem a Dra. Valquíria Durães esteve no Presídio Papuda, em visita ao seu assistido, e constatou que os exames não foram feitos e Nunes encontra-se com feridas abertas, expostas, com sangramentos visíveis.
A advogada revelou publicamente, e nos autos, que é “visível o sofrimento físico, o que demonstra a total ausência de condições adequadas de cuidado dentro da unidade prisional”.
A cobrança de Moraes junto à SEAPE, órgão responsável pela gestão da estrutura prisional de Brasília, foi no sentido de verificar a possibilidade de cuidados de saúde de Clayton no cárcere ou se há eventual necessidade de cuidados especializados do doente que se encontra preso.
“Ocorre que até a presente data (22/04/2025), passados mais de cinco dias do prazo estipulado, a junta médica não se manifestou nem houve qualquer encaminhamento de providências pelo presídio, evidenciando o descumprimento da ordem judicial e o agravamento do risco à saúde e à vida do sentenciado”, defende Dra. Valquíria.
RELATÓRIO ANTERIOR
Já existe relatório de Nunes que comprova o seu grave estado de saúde. A barreira cutânea está totalmente prejudicada e há risco de infecção bacteriana, sepse e óbito. Desde os 8 anos Nunes trata a psoríase, porém com a sua condenação a 17 anos de prisão, por entrar no prédio do Senado para se proteger dos bombardeios e tiros de bala de borracha da polícia, ele perdeu todas as condições de controle de sua doença. Ele foi preso em 8 de janeiro de 2023 e está no cárcere no Papuda, presídio de Brasília.

O seu couro cabeludo, fronte, tronco, membros superiores e inferiores estão tomados pelas placas eritematosas descamativas espessas, o que inclusive causa a impressão (um mau aspecto) de que ele está com uma doença contagiosa, o deixando isolado dos demais detentos, por medo de contágio.
Também os dedos de Nunes estão apresentando artrite, uma das muitas comorbidades decorrentes da doença, pois ele não está mais fazendo uso de uma medicação específica para sua doença, que custa R$ 30 mil a cada aplicação.


O preso político é cabelereiro, casado e tem duas filhas pequenas. Conforme o irmão do preso político Vanderson Cândido Nunes, 37 anos, o quadro é gravíssimo e comprovado pelo laudo da HUB/UnB. Lembra, ainda, que o relatório médico destaca a urgência de um tratamento de alto custo (Ustequinumabe) que não pode ser administrado nas condições degradantes do sistema prisional.

QUE DOENÇA É ESSA?
A psoríase é uma doença do grupo das dermatoses inflamatórias e é crônica, porém apresenta períodos de remissão e não é contagiosa. Caracteriza-se por ser uma dermatose eritematosa descamativa. Apesar de ser uma doença que se manifesta principalmente na pele, ela pode atingir outros locais, como as articulações – artrite psoriática – além de desencadear outras comorbidades.
FOTOS DE ANTES DE CLAYTON SER PRESO E TER SUA PELE COMPROMETIDA PELAS PLACAS:




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