DRA. GABRIELA LUTA PELOS ESQUECIDOS EM PRESÍDIOS
Ana Maria Cemin – Jornalista – 12/07/2024
Nessa semana, a presidente da Associação dos Familiares das Vítimas de 8 de janeiro (ASFAV), Dra. Gabriela Ritter, fez uma vídeo chamada com uma presa política esquecida dentro de um presídio do Maranhão, a Eliene Amorim de Jesus.
São 16 meses de prisão na Unidade Prisional de Ressocialização Feminina (UPFEM), onde Eliene recebe uma visita da família a cada três meses. VIve distante da realidade desde que foi presa, não tem ideia do que acontece no Brasil, muito menos da sua situação, pois é atendida pela Defensoria Pública e raramente tem contato com quem a defende.
Logo em seguida à conversa com Eliene, Dra. Gabriela conversou comigo, não sem antes declarar o aperto no coração que trouxe o contato com essa mulher de 29 anos, após constatar o seu estado de abandono. “Ela está resignada dentro da prisão, com esperança de que logo sairá, e se apega em Deus para ter forças. Me contou que faz um projeto de missionária da Igreja Assembleia de Deus dentro da prisão e que divide a cela com homicidas e ladras. Leva a palavra de Deus para elas”, relata.
A presa política trabalha dentro do presídio até 19 ou 20 horas da noite numa malharia, fazendo o controle de qualidade. “Tanto as presas quanto as policiais dizem para Eliene que não entendem o que ela faz lá. Ficam pasmas”, conta Dra. Gabriela.
Mesmo sendo atendida pela Defensoria, vários pedidos foram feitos para que ela respondesse o processo em liberdade, mas todos foram negados pelo ministro Alexandre de Morais, sendo a última negativa do dia 3 desse mês.
“Em nossa conversa de meia hora procurei passar para ela o trabalho que fazemos em defesa das pessoas do 8 de janeiro e dizer que ela não será esquecida. Vou colocar entre as minhas rotinas o contato com ela”, afirma a presidente da ASFAV.
Eliene foi presa pela Polícia Federal em São Luís, MA, em 17 de março de 2023, na Operação Lesa Pátria, por determinação do ministro do STF. Ela não tem antecedentes criminais, nunca foi presa, inquirida ou processada. Possui residência fixa e sempre conviveu pacificamente em São Luís. Foi a Brasília uma única vez, com recursos próprios fazer anotações para o livro que estava escrevendo.
Não há nos autos prova testemunhal, pericial, fotos ou vídeos da investigada cometendo qualquer crime no interior do Palácio do Planalto. Ela foi somente até o terraço para se proteger dos conflitos. Nesse local, registrou uma foto sua, que não configura e nem confirma que ela promoveu depredações.
Para o Ministério Público, ela cometeu crimes de elevado grau lesivo, dentre os quais violência e grave ameaça com o intuito de restringir o livre exercício dos poderes constitucionais. A presa não tem noção que estas acusações, combinadas com outras que os criminalizam como golpistas, levaram outros patriotas a sentenças de 14 a 17 anos.
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